A música erudita nacional viveu seu momento de Grammy, semana passada, com a sexta versão do Prêmio Carlos Gomes, o único da área no País. Nove categorias foram premiadas. O destaque compositor foi para o carioca Ronaldo Miranda, 53 anos, autor da Sinfonia 2000, uma das cinco obras selecionadas para a trilha oficial das comemorações do Descobrimento. Pianista de formação, Miranda tem familiaridade com a música de câmara, sinfônica e para piano solo. Seu estilo é o que se convencionou chamar de pós-moderno. “A abertura neste gênero é muito eclética e a minha música tem uma estética livre”, diz ele, que recebeu o prêmio das mãos de Regina Duarte e Fulvio Stefanini, os apresentadores da noite de gala na belíssima Sala São Paulo.

Entre os outros oito premiados, o paulista Marcelo Bratke venceu como melhor pianista. Uma surpresa até para o próprio, já que concorria com pesos pesados da linha de Arnaldo Cohen, que foi seu professor, e Vânia Pajares. Com o patrocínio do Bradesco e apoio cultural de oito empresas, o Prêmio Carlos Gomes surgiu por iniciativa da promoter Alice Carta, em 1996, com o aval do então ministro das Comunicações Sérgio Motta e do governador Mário Covas mais o apoio das secretarias de Estado e do município de São Paulo. Alice quis chamar a atenção para a música erudita produzida no Brasil e consequentemente dos instrumentistas nacionais.