14/01/2010 - 0:06
T E A T R O
Antunes monta Nelson Rodrigues
Vaiada na sua estréia (anos 40) depois de enfrentar a censura do governo Getúlio Vargas, a peça Senhora dos afogados, de Nelson Rodrigues, volta com sua carga de emoções reprimidas na montagem de Antunes Filho, em cartaz no Teatro Sesc Anchieta, em São Paulo. Passada numa casa diante do mar, a trama mostra traições, incestos e assassinatos no seio da família Drummond: a filha que tem uma paixão obsessiva pelo pai, a matriarca que vive uma forte atração pelo genro, e por aí vai. Como sempre faz em suas montagens de Nelson Rodrigues, Antunes não fica na superfície. Tenta identificar as forças profundas que movem seus personagens trágicos. Especialmente no caso de Senhora dos afogados, incluída no grupo das "peças míticas" do autor – aquelas construídas segundo a idéia de inconsciente coletivo.
5 ESPETÁCULOS DE ANTUNES FILHO
ANTÍGONA (2005)
Última tragédia grega montada por Antunes, depois de Medéia 1, Medéia 2 e Fragmentos troianos
MACUNAÍMA (1978)
Adaptação do clássico de Mário de Andrade, é considerado um marco do teatro brasileiro
NELSON 2 RODRIGUES (1982)
A montagem reúne duas peças do autor: Álbum de família e Toda nudez será castigada
PARAÍSO ZONA NORTE (1989)
Outra incursão na obra de Nelson Rodrigues com a encenação de Os sete gatinhos e A falecida
MACUNAÍMA (1978)
Adaptação do clássico de Mário de Andrade, é considerado um marco do teatro brasileiro
NELSON 2 RODRIGUES (1982)
A montagem reúne duas peças do autor: Álbum de família e Toda nudez será castigada
PARAÍSO ZONA NORTE (1989)
Outra incursão na obra de Nelson Rodrigues com a encenação de Os sete gatinhos e A falecida
L I V R O S
Uma mulher libertária
Mais nova das irmãs Brontë (escritoras inglesas do século XIX), Anne Brontë ficou conhecida pelo romance A moradora de Wildfell Hall, que é agora lançado pela primeira vez no Brasil, em edição bilíngüe (Landmark, 368 págs., R$ 40,50). Tido como resposta ao passional O morro dos ventos uivantes, de sua irmã Emily, o romance mostra os sofrimentos de uma mulher que se casa com um homem devasso e infiel. A personagem enfrenta uma sociedade que hipocritamente se pauta pelo puritanismo, sendo, por isso, considerada em sua época uma mulher de personalidade forte e libertária.
M Ú S I C A
Pop rock de Ney Matogrosso
Depois de Caetano Veloso em Cê, mais um medalhão da MPB bebe o elixir do rock: Ney Matogrosso. Em Inclassificáveis, ele se cerca de uma banda de pegada pop, montada por Emílio Carrera (que foi tecladista dos Secos & Molhados), e lança mão de parte do repertório de Cazuza e do grupo Barão Vermelho (O tempo não pára e Por que a gente é assim). Ney se mostra mais rejuvenescido, no entanto, quando canta músicas da nova geração de compositores, como Mente, mente (Robinson Borba) e Veja bem, meu bem (Marcelo Camelo). Nas clássicas Ode aos ratos (Chico Buarque/Edu Lobo) e Divino maravilhoso (Caetano Veloso/Gilberto Gil), ele prova por que é um dos grandes intérpretes do País.
AGENDA
JOSÉ CARRERAS
(Teatro Positivo, Curitiba, dia 31/3) – Concerto com o tenor espanhol, que interpretará clássicos de seu repertório
QUASE LÍQUIDO
(Itaú Cultural, São Paulo, até 25/5) – Treze artistas, entre eles Cao Guimarães e Eduardo Srur, mostram obras que expõem as contradições das metrópoles brasileiras
PICNIC
(HSBC Brasil, São Paulo, dias 4 e 5/4) – Rita Lee comemora 60 anos de idade e 40 anos de carreira com antigos sucessos e canções inéditas
