10/10/2007 - 10:00
As mãos são enormes e as veias ressaltadas parecem um mapa físico de rios e afluentes. Franze muito a testa. Vestida discretamente com tailleur preto, exibe pernas tão finas como as de uma saracura. Onde estaria aquele corpão da Lara Croft, a heroína que encarnou no filme Tomb Raider? Ninguém sabe. Mas sua marca registrada, a boca carnuda, se mantém: sim, é ela, a belíssima Angelina Jolie. A agora extremamente magra atriz participou, há duas semanas, do Clinton Global Initiative (CGI) – o megaevento internacional para o desenvolvimento sustentável e combate à pobreza, realizado em Nova York – e foi o foco central de jornalistas e fotógrafos. Ela sabe o interesse que provoca na mídia e usa-o para falar das causas humanitárias que abraça. Anunciou que acaba de arrecadar, com um grupo de coalizão, US$ 148 milhões para usar na educação de crianças que vivem em áreas de conflito. Sua dedicação é reconhecida por todos.
Mas não evita o cochicho: ela está anoréxica? Afinal, essa mulher já foi eleita a mais sexy de Hollywood, vencendo até o ícone Marilyn Monroe.
Desde que ela começou a emagrecer, aumentaram as especulações. As possíveis causas seriam distúrbios alimentares e uma suposta separação de Brad Pitt. Amigos do casal, entretanto, já disseram que não é nada disso. Angelina teria perdido o apetite desde que sua mãe faleceu, em janeiro, de câncer. Mas esteja ela esquálida ou não, continua sedutora. Apagou os palestrantes que estavam a seu lado no CGI, como o ministro da Educação do Afeganistão, Mohammed Atmar. Generosa, passava a palavra aos outros, embora a pergunta fosse feita para ela. Reiterou que “a educação pode transformar a vida e dar às crianças a base para um futuro melhor”.
Ela relatou a história de um menino refugiado na Síria que cuidou de um adulto com ferimentos repletos de larvas. Angelina viu a cena e perguntou ao garoto: “Você gostaria de ser um médico?” O menino respondeu: “Sim. Mas agora tenho de trabalhar vendendo gazes.” Ela enaltece o espírito solidário ideal para a medicina, que era o sonho impossível daquela criança. E conclama: “Eles são ótimos jovens e precisamos ajudá- los a se tornarem médicos.” Copiada pelas mulheres e cobiçada pelos homens, Angelina usa sua beleza e fama para influenciar pessoas a praticar a compaixão pelo próximo. Isso é que é um mulherão.