31/01/2001 - 10:00
AROEIRA/O DIA |
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O dia “D” do PhD
O presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães, ganhou um apelido carinhoso de seu amigo, o ex-presidente Fernando Collor de Mello: “PhD da Política.” E não foi à toa. A astúcia da velha raposa do PFL baiano conseguiu mantê-lo por anos a fio na linha de frente da política brasileira, mesmo nos momentos de maior impopularidade e saraivadas de denúncias. O que nem a cúpula do PFL nem a do PMDB conseguem entender é a sucessão de erros políticos de ACM nos últimos tempos. Com o veto à candidatura Jader Barbalho, ele só colecionou inimigos. Destruiu o projeto de hegemonia do seu partido, o PFL, na aliança governista, batendo de frente com Marco Maciel e Jorge Bornhausen; destruiu a candidatura de Roseana Sarney a presidente da República; jogou o ex-presidente José Sarney contra o seu partido, o PMDB; e aniquilou as chances de Inocêncio Oliveira tornar-se presidente da Câmara. A última de ACM já chegou ao Palácio do Planalto: ele está procurando na legislação uma forma de permanecer como presidente do Senado até março, caso Jader seja eleito.
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Casa de ferreiro
O ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho, não anda nada satisfeito com a companhia espanhola Hiberdrola, que comprou a Companhia de Energia Elétrica da Bahia (Coelba). Proprietário de uma luxuosa mansão no litoral norte da Bahia, Tourinho convidou amigos para passar o réveillon em grande estilo na sua casa de praia. Só que na véspera da festa a casa ficou sem energia devido à sobrecarga na região. O blecaute durou dois dias e o ministro, constrangido, teve que cancelar a festança e passar o Ano-Novo numa marina de Salvador.
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Sigla velha
A direção do PT não esconde a irritação com Itamar Franco desde que o partido foi enxotado do seu governo. Para a cúpula petista, a indecisão de Itamar em relação ao partido ao qual vai se filiar se deve ao fato de ele já ter um partido: o PNC (Partido Newton Cardoso).
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Conservadorismo perigoso
Em Timor, Fernando Henrique encontrou-se com o Prêmio Nobel da Paz, o bispo católico Carlos Ximenes Belo, levando uma missão do governador interino da ilha, o brasileiro Sérgio Vieira de Mello: amansar o religioso. É que Belo é muito conservador e tem atacado o uso de camisinhas entre os timorenses. A ONU teme que isso possa provocar aumento do número de casos de aids na região.
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Voto nulo
Defensor de Inocêncio Oliveira para presidente da Câmara, o petista José Genoíno chegou a propor voto nulo quando percebeu que sua bancada não aceita apoiar o PFL, mas logo foi derrotado na reunião de terça-feira 23. O partido avalia que não terá como explicar para a opinião pública o voto no PFL.
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Calote
Nos últimos dois anos a equipe econômica fez o Itamaraty passar por constrangimentos no Exterior. Depois da desvalorização do real não sobrou dinheiro para o Brasil pagar as anualidades em diversos organismos internacionais dos quais participa. Resultado: o Brasil participava de todas as discussões, mas na hora de votar ficava impedido porque estava inadimplente. Foi o que aconteceu, por exemplo, em novembro do ano passado na Comissão para Conservação de Recursos Vivos Marinhos da Antártida na Tasmânia, Austrália. A comitiva de diplomatas brasileiros foi para o outro lado do mundo e na hora H ficou de fora das decisões. Há duas semanas o Itamaraty conseguiu uma verba para quitar seus débitos no Exterior. Só que outras taxas já estão por vencer.
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Rápidas
• Nem o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, nem o advogado-geral da União, Gilmar Mendes. No Planalto dá-se como certo que FHC indicará outro nome para a próxima vaga do STF.
• Raciocínio da cúpula tucana: quando FHC fala contra compensações para derrotas na disputa entre PMDB e PFL pelo comando do Congresso, está mandando um recado para ACM.
• O ministro Pedro Malan tem um interlocutor com George Bush. O economista Albert Fislow, recém-incluído na equipe do presidente americano, foi membro da banca que aprovou sua tese de doutorado.
• Tem endereço certo a nota que ninguém conseguiu entender de José Sarney sobre sua candidatura a presidente do Senado. Trata-se do líder do PMDB, Geddel Vieira Lima, que é odiado por ele.