22/08/2001 - 10:00
A Organização Mundial de Saúde acaba de reafirmar um de seus critérios para avaliar a qualidade da assistência médica oferecida em diversos países. Está diretamente ligado à utilização terapêutica da morfina no alívio da dor.
O Brasil, que já foi acusado pela própria OMS de “praticar genocídio psíquico” em pacientes de câncer dados os entraves burocráticos para o uso analgésico da morfina, continua em má situação nessa avaliação. No País vale a seguinte regra: se um medicamento pode custar caro, para que barateá-lo? Os médicos admitem que medicamentos à base de morfina são os mais eficazes. E também os mais baratos: custam, por exemplo, quatro vezes menos do que analgésicos feitos de oxycodona, um opióide similar. “Outras drogas opiáceas, caríssimas, são encontradas em todas as farmácias. Por que não a morfina, que ajudaria a aliviar a dor entre os mais carentes?”, pergunta o médico paulista Carlos Perrota.