A comunidade científica festejou mais uma etapa na epopéia do mapeamento do genoma humano. Na reportagem de Darlene Menconi, à pág. 76, são descritas as maravilhas implícitas nesse feito. O resultado de dez anos de trabalho, que envolveu cientistas em 20 centros de pesquisas nos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Japão, França, Alemanha e China, foi anunciado na segunda-feira com antecipação de cerca de quatro anos, pois os resultados eram previstos somente para 2005. De acordo com o premiado físico brasileiro José Fernando Perez, diretor da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), responsável pelo sequenciamento da Xylella fastidiosa – a bactéria causadora da praga do amarelinho –, agora “acabou a corrida pela conclusão do genoma e começa a maratona do proteoma, que é a compreensão de como cada gene gera uma proteína”. Os frutos desse trabalho são promissores, mas ainda vão demorar a ser utilizados pela medicina. Segundo o médico geneticista Sérgio Danilo Pena, “o Projeto Genoma vai propiciar que se faça um mapa genético do ser humano, permitindo assim a prevenção e o tratamento das doenças, da mesma maneira como hoje se faz um mapa astral”.