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O governador eleito Rodrigo Rollemberg (PSB) pretende reavaliar uma Parceria Público Privada firmada pelo governo do Distrito Federal com a empreiteira OAS. A empresa lidera o consórcio escolhido para construir a Nova Saída Norte, projeto rodoviário avaliado em R$ 36 bilhões. Como a obra foi paralisada pelo Judiciário por suspeita de cessão irregular de terras, Rollemberg ganhou tempo para renegociar o acordo fechado pelo antecessor, Agnelo Queiroz, com a empreiteira, enrolada no escândalo da Petrobras.

A festa dos cargos

Antes de deixar a presidência da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN) ajeitou a distribuição dos cargos de natureza especial. PT e PMDB terão, cada um, 114 assessores. O PSDB fica em terceiro, com 106 postos. Siglas ­nanicas como PEN, PSDC, PTC, PTdoB, PSL e PRTB terão dois cargos. Os salários variam de R$ 2,8 mil a R$ 15,6 mil.

O preço do apoio I 

Os parlamentares da base governista já sentem o desgaste decorrente da manobra orçamentária. No fim de semana depois da votação no Congresso, um grupo de 100 manifestantes promoveu um panelaço, em Goiânia, na frente do edifício onde mora o deputado Sandes Junior (PP-GO).

Transição prejudicada

A governadora do Maranhão, Roseana Sarney (PMDB), renunciou na quarta-feira 10 e, no dia seguinte, centenas de assessores deixaram os cargos. Com isso, o governo do sucessor, Flávio Dino (PCdoB), fica prejudicado, pois eles tinham as informações necessárias para a transição.

O preço do apoio II

Os manifestantes de Goiânia chamaram Sandes Junior de “deputado 748”. Era uma referência maldosa aos R$ 748 mil que a presidente Dilma Rousseff prometeu liberar de emendas parlamentares em troca da aprovação da mudança na Lei das Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2014.

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Um gesto conhecido

A renúncia de Roseana faz lembrar a posse de seu pai, José Sarney, na Presidência da República, em 1985. João Figueiredo, o antecessor, chamava Sarney de “traidor” e saiu pelos fundos do Palácio para não transmitir a faixa presidencial. Roseana alega problemas de saúde.

Laços de família

Filho do deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP), o advogado Olavo Zago Chinaglia integrou até 2012 o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Por um período, ele ­chegou a presidir interinamente o órgão. Na condição de conselheiro, Olavo relatou alguns processos de interesse de empresas que fizeram doações para campanhas eleitorais de seu pai. O filho do parlamentar petista deu parecer favorável a um milionário negócio feito entre as empreiteiras Andrade Gutierrez e GDK, ambas citadas na operação Lava Jato, da Polícia Federal. Essa transação, na área de gás, girou em torno de R$ 200 milhões.

Outras empresas doadoras

Olavo Chinaglia também julgou ação de interesse da Eurofarma e recebeu em audiência representantes da Schincariol. Essas duas empresas doaram recursos para a eleição de Arlindo. Em um caso sobre o “cartel do lixo” na gestão da petista Marta Suplicy na Prefeitura de São Paulo, ele se declarou impedido. Hoje, o advogado trabalha em um escritório de advocacia que atua no Cade.

Toma lá dá cá

Deputado Lira Maia (DEM-PA), presidente da comissão especial que analisa o projeto que cria o “pão brasileiro”.

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ISTOÉ – Com a adição de 10% de farinha de mandioca, o pãozinho vai ficar mais caro?
Maia –
Pelo contrário. A fécula de mandioca é mais barata que o trigo, que importamos a maior parte. O pão fica mais crocante e nutritivo. 

ISTOÉ – Todas as panificadoras serão obrigadas a acrescentar o ingrediente brasileiro?
Maia –
O projeto obriga apenas os fornecedores do governo, de merenda escolar, alimentos para hospitais. Nas panificadoras, o pão francês e o pão brasileiro coexistirão.

ISTOÉ – Quais são os benefícios?
Maia –
A produção de pães e massas para pessoas que têm intolerância ao glúten e incremento na produção familiar no Norte e no Nordeste.

Rápidas

* Um levantamento realizado no Senado vai mostrar detalhes sobre a economia feita nos últimos dois anos, que passou de R$ 500 milhões. Chama a atenção a redução da verba indenizatória depois que os dados sobre os gastos foram abertos no site do Senado.

* Desde que esas informações se tornaram públicas, os senadores economizaram R$ 10 milhões em apenas um ano. Os gastos dos parlamentares com serviços de Correios também tiveram queda significativa: de R$ 9 milhões no ano passado para R$ 2,5 neste ano.

* Na manhã da quarta-feira 10 foi a vez de os servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) se manifestarem contra irregularidades no órgão. Auditoria da CGU identificou desvios de pelo menos R$ 5,8 milhões em obras nas dependências do órgão.

*Algumas das benfeitorias foram pagas sem sequer terem sido erguidas. Revoltados com a situação, os funcionários do Ibama fizeram um ruidoso apitaço para exigir o afastamento imediato dos diretores do órgão responsáveis pela contratação das obras.

Retrato falado

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Convidado para participar da primeira mesa do seminário “O Brasil e a Ordem Internacional”, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional da Câmara, Marco Aurélio Garcia teve um momento de insatisfação. Questionado pelo sociólogo Demétrio Magnoli sobre a atuação diplomática do Brasil nos conflitos da Faixa de Gaza, Marco Aurélio se aborreceu.

Mudança de comportamento

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Na gestão de Joaquim Barbosa como presidente do Conselho Nacional de Justiça, o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coelho, quase não aparecia no plenário. Os dois não se bicavam. Agora, com Ricardo Lewandowski no comando do CNJ, Coelho é assíduo e falante. Nos corredores, especula-se que Lewandowisk seja cabo eleitoral do advogado para a vaga no STF deixada justamente por Barbosa. 

O petróleo é nosso 

Caciques do Congresso ligaram para Ricardo Lewandowski com um pedido: colocar em votação no plenário, antes do recesso, a ação sobre distribuição das receitas do petróleo entre os Estados. Uma liminar da ministra Cármen Lúcia suspendeu os critérios aprovados no Congresso.

Fotos: Moreira Mariz; Ailton de Freitas/Ag. O globo; ANTONIO CRUZ/ABR
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo