Fotos: Helcio Nagamine
Michel sofreu com o ardor nas costas

No verão, os consultórios dos dermatologistas costumam esvaziar. Mas, com o fim das férias escolares e do Carnaval, eles voltam a lotar. Muitas pessoas aparecem com problemas causados pela falta de cuidado com o corpo durante a estação do calor. As queimaduras, por exemplo, são casos frequentes. A dermatologista Mônica Fiszbaum, de São Paulo, diz que a necessidade do protetor solar já está bem clara para a população. Mesmo assim, a exposição inadequada ainda faz vítimas nessa época. O estudante Michel Fegali, 28 anos, faz parte desse grupo. Ele teve uma queimadura de segundo grau nas costas por tomar sol sem proteção. “Além do ardor, passei mal e tive um princípio de insolação”, conta.

Situações como a de Fegali podem ser tratadas com a hidratação intensa da pele com cremes feitos com mentol ou calamina, substâncias que aliviam o ardor. Se a queimadura é grave, os médicos receitam loções formuladas com antibióticos e até antiinflamatórios (administrados por via oral). Enquanto o paciente estiver se recuperando, a exposição aos raios solares fica suspensa. Essa recomendação vale também para quem não se queixa da saúde, e sim da estética. Quem deseja recuperar o viço da face afetado pelo excesso de sol (fotoenvelhecimento) pode recorrer a diversos métodos. Um dos mais modernos é a microdermoabrasão, que consiste na aplicação de um cristal, feita por meio de um equipamento que desliza pelo rosto, para esfoliar a pele. É o preferido da cantora Madonna. Ele só é encontrado em algumas clínicas. As alternativas mais acessíveis são a mesoterapia facial (injeção de produtos que estimulam a fabricação de fibras colágenas, que dão firmeza à epiderme) e peelings (que tiram a camada de células mortas). Esse procedimento pode ser feito inclusive com laser.

O protetor usado por Mariana causou bolinhas na pele

Nem sempre os males do verão surgem devido à falta de protetor solar. Grávidas ou mulheres que tomam anticoncepcionais estão mais propensas a sofrer com o surgimento de manchas escuras no rosto. Por isso, elas devem saber qual o fator de proteção ideal para preservá-las da ação do sol. Para quem já está com a face manchada, os médicos indicam fórmulas clareadoras, além de peelings e microdermoabrasão. A alergia aos protetores é outra queixa desta época do ano. Ela provoca o surgimento de bolinhas aparentemente inofensivas, mas que exigem atenção. A estudante Mariana Costa, 23 anos, aprendeu essa lição. Em janeiro, as bolinhas apareceram, mas sumiram em seguida. Sob o sol dos dias de Carnaval, o problema voltou. “Minha perna parecia estar cheia de espinhas”, afirma. Para essa alergia, as soluções são esfoliantes, géis antibióticos e sabonetes para pele oleosa. De acordo com o dermatologista Otávio Macedo, de São Paulo, não se deve subestimar bolinhas, pintas e manchas. “Diagnósticos precoces previnem desastres maiores, como o melanoma, o mais fatal câncer de pele”, alerta.

Unhas e cabelos também dão trabalho. “Muitos pacientes se queixam de unha encravada. Na verdade, eles estão com resíduos de areia”, explica o podólogo Esmael Domingos, de São Paulo. Fazer a limpeza nas unhas é o suficiente. Já para socorrer a cabeleira danificada, os tratamentos são mais complexos: máscaras, banhos de creme e reidratações. Mas para Wanderley Cancian, especialista do Senac, a prevenção ainda é o melhor negócio. “Existem cremes com protetor solar”, diz. Cuidados simples como esse ajudam a evitar complicações na estação seguinte.