14/03/2001 - 10:00
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Os bonecos Billy, sucesso entre os gays, têm 45 cm de altura e três cm de pênis R$ 100 |
A quinta edição da Erótika Fair – feira de artigos eróticos que começou quinta-feira 8 e vai até o dia 13 em São Paulo – é dedicada às mulheres. São elas, na avaliação dos expositores, quem têm ajudado a movimentar o mercado brasileiro, que hoje gira em torno de US$ 350 milhões ao ano. “O público feminino é mais curioso, desinibido e se preocupa mais com as preliminares”, teoriza o organizador do evento Evaldo Shiroma. Dispostos a atiçar a libido e a fantasia delas, os fabricantes prepararam um arsenal de novidades. A começar pelas lingeries provocantes, que ganharam manequins extragrandes. Em defesa do erotismo democrático, espartilhos, bodies e corselets para biotipos com até 100 quilos de peso fazem a festa das gordinhas. Como ainda não se conseguiu inventar nada mais eficaz do que o vibrador, a cada ano ele está mais “sofisticado”. Há pênis coloridos, aromáticos, que tocam musiquinhas ou são revestidos com uma película sintética porosa (cyberscreen) que não enferruja e impede que a pilha do aparelho estrague em contato com a água. Eles competem com estimuladores vaginais – acionados por uma pequena bomba – em forma de coala, abelha, borboleta e golfinho.
São ao todo dez mil itens à venda e pelo menos mil deles em lançamento simultâneo com os Estados Unidos, onde o filão erótico fatura em torno de US$ 10 bilhões ao ano. Há vaginas fosforescentes, uma infinidade de artigos sadomasô, cremes e cosméticos que prometem o milagre da ereção ininterrupta ou do sexo anal sem dor. Na onda de castidade e de reparação de hímen nos EUA, os fabricantes alimentam a fantasia da primeira vez com géis adstringentes que tiram a lubrificação da vagina. A distribuidora Erotic Point aposta nos bonecos decorativos Billy para seduzir o público gay. Sarados, com pênis de três centímetros, eles vêm em “criativas” versões, como Mike Tison, bombeiro e policial.
Há em torno de 600 lojas especializadas em produtos eróticos no Brasil. Mais da metade concentra-se em São Paulo. Embora a organização da feira afirme que o mercado cresça 20% ao ano, expositores reclamam que a oferta aumenta mais do que a procura. “Com a explosão do mercado, a clientela se diluiu. Além disso, a maioria dos brasileiros ainda tem pudores de entrar no sexshop. Só são campeões de sexo entre quatro paredes”, diz um expositor que prefere não se identificar. Os estandes dividem espaço com um parque de diversões erótico. Na Sala de Contatos Eróticos, por exemplo, o público, algemado e de olhos vendados, deixa-se tocar por modelos. Na ambulância erótica, médicos e enfermeiras aplicam massagens e, no Carinhódromo, modelos e público interagem. Que ninguém se anime demais. Há 45 seguranças espalhados pela feira para garantir que a festa só esquente de verdade em casa.
Erótika Fair – Mart Center, Rua Chico Pontes 1.730, Vila Guilherme, das 15h às 23h. Ingressos a R$ 15
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BANHEIRA O vibrador de 12 cm não estraga nem dá choque na água R$ 63 | ANIMAL O estimulador em forma de coala simula sexo oral R$ 100 | ESCURO Vagina fosforescente para quem gosta de brilho R$ 76 |
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AROMATERAPIA Há pênis com cheiro de frutas e este, de champanhe R$ 90 | SEXY As gordinhas também têm vez com as lingeries tamanho grande R$ 39 |