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A cúpula da Câmara tem pronta a estratégia para os julgamentos dos parlamentares envolvidos nas investigações da Operação Lava Jato. O primeiro passo será escolher para o Conselho de Ética deputados afinados com critérios preestabelecidos. Pelo plano, serão rejeitados os processos de cassação com base em delações e em doações oficiais aos políticos. O atual presidente do conselho, Ricardo Izar Júnior, PSD-SP (foto), diz ser contra o critério. Outro integrante do grupo, Ronaldo Benedet (PMDB-SC), é favorável.

Quem fica, quem sai

O Conselho de Ética da Câmara só vai iniciar os trabalhos em fevereiro, depois da posse dos parlamentares. Na lista em poder do Ministério Público Federal há muitos congressistas que não foram reeleitos. Quem perdeu o foro especial fica sob a responsabilidade do juiz Sérgio Moro, do Paraná. Os donos de mandato serão julgados pelo STF.

Em busca de liquidez

Preso em Curitiba desde a realização da Operação Juízo Final, o empresário José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo, manifesta a vontade de se desfazer de sua participação na OAS. Pelo que circula no mercado, o empreiteiro pede em torno de R$ 1,5 bi pelo negócio.

Central de santinhos

A campanha de Dilma revelou um método inusitado de divulgação eleitoral. Em vez de imprimir santinhos e banners nos Estados onde seriam distribuídos, um comitê de Porto Alegre centralizou a operação. Uma empresa aérea cobrou, em média, R$ 1,5 mil para levar cada pacote até São Paulo.

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Obstrução parlamentar

Alguns ministros do STF se mostram ansiosos para julgar a ação que veta a doação de empresas privadas nas eleições. O caso está parado desde abril, quando Gilmar Mendes pediu vista do processo. Em tom de brincadeira, colegas dizem que ele faz “obstrução parlamentar”.

Prejuízo realizado

As grandes empreiteiras fazem as contas dos prejuízos acumulados em decorrência da Operação Lava Jato. O horizonte é tenebroso para essas empresas. Em conversas reservadas, funcionários da Camargo Corrêa afirmam que o grupo já contabiliza o fechamento da construtora.

Amigo de fé, camarada

Existe uma explicação para o fato de o projeto de lei que libera a publicação de biografias permanecer parado no Senado. O relator do caso, senador Ricardo Ferraço (PMDB-ES), nasceu em Cachoeiro de Itapemirim, terra natal do cantor Roberto Carlos, principal defensor da proposta de só se publicar livros quando autorizados pelo biografado.

Blindado

Depois da pancadaria contra manifestantes na semana passada, Renan Calheiros foi pressionado a afastar o chefe da segurança, Pedro Ricardo. Nomeado em 2005, Pedro ganhou força por ampliar a atuação de seu departamento e adquirir dispositivos de contraespionagem. Renan disse que ele fica.

Vital e o caso Pasadena

A vaga a ser ocupada pelo senador Vital do Rêgo (PMDB-PB) no TCU pertencia ao ministro José Jorge, que relatava os principais processos de apuração de irregularidades na Petrobras, como a compra da Refinaria de ­Pasadena, no Texas. O caso foi sorteado na Corte e o ministro José Múcio, indicado por Lula, ficou como novo relator. A questão é que há quem defenda na Corte que, uma vez nomeado o substituto de um ministro, os casos relatados por ele devem ser direcionados para o novo integrante do tribunal. Por esse critério, Vital herdaria as ações envolvendo a estatal e seus amigos congressistas.

Mudança de ânimo no TCU

Ao longo da terça-feira 2, as opiniões no TCU sobre Vital do Rêgo sofreram reviravoltas. No início do dia, alguns ministros e técnicos achavam que ele simbolizava a politização da Corte. No início da tarde, depois do seu nome ser aprovado por unanimidade na comissão e receber um único voto contrário em plenário, a avaliação era de que ele possui talento para conciliar interesses.

Toma lá dá cá

Deputado Alessandro Molon (PT-RJ), relator da PEC 325/2009, chamada PEC da Perícia.

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ISTOÉ – Por que a separação dos peritos da estrutura policial pode qualificar as investigações?
Alessandro Molon –
Com a autonomia da perícia, o departamento terá recursos próprios. Hoje, um secretário de Segurança prefere adquirir viaturas e armamentos.

ISTOÉ – Falta ciência nas investigações?
Molon – I
nfelizmente, ainda há larga utilização de tortura para obrigar investigados a confessar crimes.

ISTOÉ – O corporativismo policial prejudica o trabalho da perícia?
Molon –
A separação vai aperfeiçoar a cultura de imparcialidade dos peritos na produção de provas para investigar agentes do Estado. O perito não é policial, é um engenheiro, um fonoaudiólogo, um especialista.

Rápidas

* Na noite da quarta-feira 3, houve um momento em que parecia que o governo não conseguiria aprovar o texto principal das mudanças na LDO. O líder do PMDB na Câmara, Eduardo Cunha (RJ), saiu para um jantar e liberou os deputados. Depois, chamou de volta.

* Poderoso entre os deputados, Eduardo Cunha ensaia dividir com Renan Calheiros as negociações com o Palácio, caso os dois sejam eleitos presidentes da Câmara e do Senado. Hoje no comando da Câmara, Henrique Eduardo Alves fica um pouco ofuscado por Renan.

* Durante a sessão da terça-feira 2, quando houve pancadaria nas galerias, parlamentares da oposição se empenharam em aparecer nas redes sociais. Alguns correram em direção aos manifestantes enquanto gritavam para assessores: “Filma e vamos postar isso!”.

* Como se não bastasse o arsenal em poder da população, deputados correm contra o tempo para tentar aprovar ainda este ano a permissão de que cada cidadão possa ter o porte de até nove armas. Esse tipo de projeto costuma ser aprovado na calada da noite.

Retrato falado

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A acareação entre os ex-diretores da Petrobras Paulo Roberto Costa e Nestor Cerveró na CPMI tinha, em princípio, o objetivo de buscar contradições em suas declarações para que a CPMI se aproveitasse da situação e conseguisse novas provas contra os dois. No fim, a participação de Costa só funcionou para deixar os parlamentares ainda mais acuados. O ex-diretor da Petrobras fez questão de dizer que entregou dezenas de parlamentares e apresentou provas.

A nova silhueta de Vieira Lima

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Pelo menos 14 parlamentares adotaram a dieta prescrita por um médico argentino que abriu uma clínica na Bahia. Vaidosos, esses congressistas ­pretendem iniciar 2015 com uma silhueta mais fina. O método de emagrecimento ganhou fama no Legislativo. Quem descobriu a novidade foi o deputado Lúcio Vieira de Lima (PMDB-BA). O baiano anda feliz da vida com os resultados e já trocou o guarda-roupa antigo.

Outros adeptos do regime

Em linhas gerais, o regime que caiu no gosto dos parlamentares se baseia no consumo de proteínas e carboidratos com baixo teor glicêmico. Entre os deputados que aderiram de pronto à dieta criada pelo médico argentino estão Fábio Ramalho (PV-MG) e Alice Portugal (PCdoB-BA).

Fotos: Adriano Machado; Carlos Augusto Oliveira da Silva; Divulgação
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo