Nas primeiras horas, a solidariedade. Nos primeiros dias, as brigas. Nas primeiras semanas, as mortes – e o canibalismo. De um grupo de 57 imigrantes ilegais que ficaram à deriva a bordo de um navio no mar do Caribe, restaram dois. E sobreviveram porque comeram a carne dos mortos – sobretudo da região glútea e das coxas, mais ricas em gordura. O dominicano Carlos Pinales foi um dos dois sobreviventes resgatados em alto-mar após 24 dias: “Muitos passageiros morriam na mesma hora. No dia seguinte, os sobreviventes comiam os cadáveres.”