28/03/2001 - 10:00
As docerias estão deixando de ser um lugar de tentações proibidas para quem deve se manter afastado dos pecados do açúcar. Nesse universo, cabe desde aqueles que fazem qualquer sacrifício para manter a silhueta até diabéticos. Em São Paulo, as docerias Ofner e Amor aos Pedaços (com filiais no Rio) estão lançando linhas de doces sem açúcar. No Rio, doceiras tradicionais também inventam opções para quem quer se deliciar sem culpa.
Na Ofner, desde janeiro é possível saborear os novos doces light (com redução em um ou mais ingredientes). Eles têm menor teor de gordura e são livres de açúcar. O resultado desses ajustes é um corte calórico que varia entre 30% e 43% em tortinhas de morango, bombas de chocolate e cheese cake. Outra novidade na receita da doceria é a presença da inulina, uma fibra tirada da hortaliça endívia. “Ela ajuda no processo digestivo”, afirma o engenheiro químico Marco Antônio Trolli, que desenvolveu as receitas.
O melhor é que os sabores são próximos dos quitutes feitos com o açúcar. E não faltam versões menos engordativas de doces tradicionais. A Amor aos Pedaços aumentou sua linha diet (sem a presença de um ou mais ingredientes) com bolos musse e cheios de cobertura, tortas de nozes, musse de maracujá e cookies. De fato, a onda de se deliciar com menos calorias vem se fortalecendo. “Os doces light são uma tendência mundial”, afirma Alan Geller, 28 anos, um dos proprietários da The Bakers, do Rio. No estabelecimento, é possível encontrar guloseimas como cheese cake menos calórico, feito com o adoçante do tipo stevia no lugar de açúcar e cream cheese light. No Rio, quem quiser saboreia até rabanada menos calórica, prato português conhecido por ser uma bomba calórica – num só quitute mistura-se pão, ovo, açúcar, canela e fritura –, que ganhou uma versão mais suave na Chaika, outra doceria da cidade. O segredo é deixar de lado o leite condensado e o açúcar, usar leite desnatado e empanar no farelo do próprio pão. “Fazemos sob encomenda”, diz Francisca Braga, gerente da loja. A modelo carioca Ilana Senos, 18 anos, está entre as pessoas que, para manter a forma, trocaram os doces com açúcar pelos diet. “Procuro me controlar. Faz três anos que passei a comer doces dietéticos. O sabor é ótimo”, garante.