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A Polícia Federal tem provas de que Adarico Negromonte, irmão do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte, recebia dinheiro da organização criminosa investigada pela Operação Lava Jato. Além de vários depoimentos comprometedores e de informações obtidas na quebra do sigilo telefônico, a PF encontrou um depósito de R$ 33 mil em sua conta feito pela GFD Investimentos, uma das empresas do doleiro Alberto Youssef. Adarico ficou foragido durante dez dias, mas se entregou à polícia na semana passada.

Delegado ativista I

O ativismo eleitoral do delegado Márcio Anselmo contra a reeleição da presidente Dilma Rousseff foi a gota d’água para o ministro José Eduardo Cardozo afastá-lo da coordenação da Operação Lava-Jato. Cardozo já havia sido alertado sobre o empenho de Anselmo nas investigações e o considerava muito mais perigoso do que o juiz Sérgio Moro.

Delegado ativista 2

Márcio Anselmo é ligado ao ex-diretor da Abin Paulo Lacerda, ainda hoje magoado com o PT por ter sido demitido no auge da Operação Satiagraha, em 2008. Recentemente, Lacerda ligou o nome de um ministro petista à atuação do doleiro Alberto Youssef em campanhas eleitorais.

A farra dos partidos

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa os pedidos de criação de 21 novos partidos políticos. Pelo menos cinco deles podem ganhar registro a tempo de disputar as eleições municipais de 2016. O Brasil já tem 32 legendas autorizadas a participar do processo eleitoral.

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Nos Países Baixos

Altos funcionários do Ministério da Justiça foram designados para acompanhar na Holanda as investigações sobre as relações entre a SBM Offshore e a Petrobras. Para não levantar suspeitas, eles justificaram a viagem como licenças para participar de palestras na Europa.

Precedente perigoso

O governo está preocupado com os movimentos de grandes acionistas da Petrobras no exterior. Esses investidores querem saber se a queda nos valores das ações tem relação com os desvios da estatal. O caso pode abrir um perigoso precedente para pedidos de indenização.

O diário de Bastos

O repentino falecimento do ex-ministro da Justiça Márcio Thomaz Bastos deixou uma lacuna na história recente do País. O advogado criminalista, que serviu a políticos tão diferentes como Lula e ACM, mantinha uma espécie de diário secreto e confidenciou a amigos que transformaria o texto em um livro de memórias a ser publicado em breve.

O patrono

Quem visita a Justiça Federal de Curitiba logo se depara na entrada com o nome do ministro Teori Zavascki na placa de descerramento do edifício. Na reinauguração, ele era presidente do TRF4, que tem jurisdição sobre o Paraná. Hoje é relator no STF do inquérito da Lava-Jato, que se avoluma nas estantes daquele fórum.

Nakandakari e a Infraero

O nome do engenheiro Shinko Nakandakari apareceu nas investigações da Operação Lava Jato depois que a empreiteira Queiroz Galvão apresentou comprovantes de que depositou R$ 8,8 milhões na conta de uma empresa da qual é dono. Ele também é apontado como emissário do ex-gerente de serviços da Petrobras Pedro Barusco em contatos com empreiteiros. Com as novas descobertas, parlamentares da CPI da Petrobras recuperaram informações da comissão que investigou a Infraero em 2007. A Talude, empresa de Nakandakari, foi acusada de receber pagamentos irregulares supostamente por obras de estrutura aeroviária.

Mais dinheiro de estatais

A CPI do Apagão Aéreo analisou contratos suspeitos envolvendo R$ 2,1 bilhões em sete obras de cinco Estados. Além de ser convidada para duas obras da Petrobras em Cubatão e Paulínia, a Talude recebeu recursos da Transpetro e dos Correios a título de prestação de serviços. No caso dos Correios, a Controladoria-Geral da União (CGU) investiga denúncias de superfaturamento.

Toma lá dá cá

Deputado Márcio Macedo (PT-SE), relator da PEC197/2012, que altera regras de distribuições do ICMS em compras pela internet

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ISTOÉ – Por que alterar a legislação tributária para o comércio eletrônico?
Macedo –
A Constituição não trata do comércio eletrônico, mas essas transações movimentarão
R$ 68 bilhões em 2015.

ISTOÉ – O que vai mudar na arrecadação dos estados?
Macedo –
Em 2019 o Estado de destino da mercadoria receberá 100% do ICMS. Em 2015, a alíquota de distribuição começa com 20%. Estados do Norte e do Nordeste sairão do 0% para 20%.

ISTOÉ – A mudança da regra pode encarecer os produtos comprados pela internet?
Macedo –
Criamos salvaguardas para evitar uma guerra fiscal em torno do comércio eletrônico e não permitir a criação de novos tributos.

Rápidas

* Deputados do PMDB explicam: ao adiar a votação das mudanças na LDO, querem que Dilma entenda que eles precisam ser ouvidos na formação da nova equipe. Em outras palavras, reivindicam um posto na Esplanada para um deputado da nova legislatura.

* Esse critério exclui os atuais deputados Eliseu Padilha (RS) e Henrique Alves (RN), que não terão mandato parlamentar a partir do próximo ano. Os dois estão entre os peemedebistas mais cotados para entrar no governo, segundo as últimas especulações.

* A cúpula do PT sabe da guinada na economia ensaiada pela presidente Dilma Rousseff pelo menos desde a primeira semana depois do segundo turno. Os petistas tratam a nomeação de Joaquim Levy para a Fazenda como um teste com duração máxima de dois anos.

* O governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), disse a integrantes da cúpula do seu partido que gostaria de receber alguma missão fora de Brasília quando deixar o Palácio do Buriti. De preferência, na área de Saúde, em órgão com alcance internacional.

Retrato falado

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O clima na bancada do PMDB no Senado é de total desunião. Desde as eleições, a sigla se dividiu entre apoiar o governo, aderir à candidatura de Aécio Neves ou trabalhar exclusivamente por seus Estados. Com a volta das votações do Congresso, a pulverização ficou mais evidente. O senador Roberto Requião (PR) expôs as fraturas ao reclamar da decisão do presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), de apoiar a mudança na meta de superávit primário.

Depois do relatório

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Em 11 de dezembro, um dia depois da divulgação do relatório final da Comissão Nacional da Verdade, os comissários Pedro Dallari e Maria Rita Kehl terão reunião com integrantes das comissões de direitos humanos da Câmara e do Senado. Vão discutir os passos seguintes das investigações sobre a ditadura.

Nos três poderes

Ainda não está decidido que órgão do governo federal assumirá os desdobramentos da CNV. Uma alternativa é a Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos Políticos. Um dos temas mais delicados, a revisão da Lei da Anistia será tratada no Congresso e no Judiciário.

Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
Fotos: Paulo Lisboa/Brazil/ Photo Press/Folhapress; Geraldo Magela; José Cruz/ Agência Brasil