Para fazer um delicioso cozido, ponha carne, caldo de carne, batatas, salsão, cenouras, cebolas e um pouco de vinho tinto em uma panela grande. Quando começar a borbulhar, vá assistir a um jogo de futebol até que todos os ingredientes fervam, derramem e grudem no fogão. Aí, peça uma pizza ou comida chinesa. Esta e outras deliciosas receitas estão agora ao alcance dos frágeis homens que vivem só. Acaba de chegar ao Brasil o Guia prático do solteiro – como fazer de sua casa um confortável chiqueiro. (ed. Conrad, R$ 21). O autor, o jornalista americano P. L. O’Rurke, passou a década de 80 inteira sozinho. Durante esse tempo, escreveu artigos para a revista Parede e transformou-os em livro. O resultado é um guia bem-humorado para homens que não contam com uma mulher para administrar a casa.

Para fazer a limpeza, por exemplo, é muito simples: “Faça uma faxina na casa uma vez a cada namorada. Depois disso, ela pode conhecer seu verdadeiro eu”, escreve O’Rurke. “A louça deve ser limpa por uma lavadora de pratos. De preferência bem bonitinha, usando um avental e nada mais. Na falta de uma, existe uma abordagem minimalista para evitar pratos sujos: usar pauzinhos chineses e a mão em concha.” Se você é um solteirão menos ortodoxo, o autor dá dicas para convencer a mãe ou a namorada a limpar a sua casa: “Por algum motivo darwiniano, as mulheres se sentem impelidas a arrumar o quarto antes e depois do sexo. Tente manter relações sexuais em outros cômodos da casa. Sugira tomarem um banho juntos. Se a mulher o ama, ela vai entrar lá com um balde e uma vassoura.”

Talvez uma das melhores partes do livro seja a que descreve uma geladeira: “É o único eletrodoméstico amigo do solteirão. Como qualquer coisa com tampa, ela nunca precisa ser limpa. Também possui muitos cestos, bandejas e compartimentos para guardar coisas. Recomendo ter várias geladeiras e estocar tudo nelas. Desse jeito você nunca ficará sem cerveja gelada. E suas cuecas estarão agradáveis e fresquinhas no verão.”

Tudo não passa de piada, mas não deixa de retratar o espírito bem-humorado dos solteirões. Estes, por sua vez, também se divertem com as brincadeiras e mantêm o alto-astral para contar por que estão sozinhos. É o caso do executivo Fernando Corrêa, 38 anos: “Nunca casei, nem pretendo. Um dia, quem sabe… Conforme passa o tempo, fica mais difícil.” Para manter a casa em ordem, Corrêa tem uma funcionária. “Ela é ótima. Nunca a encontro e só nos comunicamos por bilhetes. Não brigamos e o que é melhor: ela dorme na casa dela”, diverte-se.  

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