Brasil deixou de ser o país do futebol. As exibições da Seleção canarinho, o outrora incensado escrete de ouro, têm sido vexatórias. Isso apesar dos esforços de alguns locutores de tevê, que parecem transmitir partidas diferentes daquelas a que assistimos. Do antigo respeito que a camisa amarela impunha aos adversários não restou nem sombra. A televisão colombiana registrou, na quinta-feira 12, uma cena humilhante: o jogador Juninho Pernambucano no chão, depois de ter levado uma bola entre as pernas de um mexicano. Era a estréia do Brasil na Copa América e perdemos por um a zero. Da Argentina, cuja seleção se recusou a disputar o certame que havia sido cancelado por falta de segurança na conturbada Colômbia, veio mais uma bola entre as pernas do orgulho nacional. A manchete do jornal esportivo Olé sobre a estréia brasileira estampou: “O Brasil também não foi.”

Se não temos mais a mesma perícia com a pelota, estamos nos tornando mestres na confecção de pequenas bombas-relógio. A crise de energia se mostrou um bom exemplo dessa nova virtude. E agora a greve dos PMs, que já parou o Estado de Tocantins e está fazendo estragos na Bahia, é mais uma bomba-relógio que vem tiquetaqueando há bom tempo sem que haja a menor providência dos responsáveis, como podemos ver na reportagem de Adriana Souza Silva. Outro esporte no qual estamos tendo bons resultados é o de arremesso de dólares para cima. Temos quebrado recordes e mais recordes, ajudados com extrema competência, é bom que se diga, pelos mesmos espirituosos argentinos acima citados, como revela o texto do editor-assistente Luiz Antonio Cintra.