13/09/2000 - 10:00
Rosane Marinho |
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Trabalho sensível, que embute mensagens poderosas |
O som do sim, terceiro disco individual de Herbert Vianna, ultrapassa a categoria de mero registro para dar vazão à sua produção fora de Os Paralamas do Sucesso. É um produto de consumo bem acabado e competitivo. As dez faixas de sua autoria, duas delas em parceria – além do cover Inbetween days, do grupo inglês The Cure –, foram gravadas em diferentes estúdios, com diferentes bandas, contando com tantas participações que o disco poderia se chamar Herbert Vianna convida. Entre as muitas vozes há Nana Caymmi, Cássia Eller, Fernanda Abreu, Zélia Duncan e membros dos grupos Pavilhão 9, Penélope, Pato Fu, Skank e Raimundos. Prova de que o paralama tem trânsito livre entre gerações e estilos.
Esta facilidade deixou Vianna à vontade para produzir os tecno-funks O muro, História de uma bala e A mais – que cita Dear Prudence, dos Beatles – composta em parceria com Pedro Luís, líder do grupo A Parede, cuja irmã foi brutalmente assassinada. Mr. Scarecrow e Vamos viver, esta com Sandra de Sá, deixam à mostra o perfil baladeiro de Vianna. Ele também flerta com a bossa nova em Hoje canções, que tem participação de Marcos Valle, e Partir, andar, em arranjo especial do brasileiro cultuado no Exterior Eumir Deodato. Ao seguir um caminho completamente diferente da energia rock-pop-reggae dos Paralamas, Herbert Vianna não quis apenas exibir suas aventuras particulares. Fez um disco sensível, de músicas agradáveis, que embutem mensagens poderosas.