08/11/2006 - 10:00
O Jockey Club de São Paulo foi palco, na semana passada, de uma corrida diferente. Na pista, as 500 melhores companhias do Brasil. Para vencer o Grande Prêmio e receber o troféu “Empresa do Ano 2006” da Revista ISTOÉ Dinheiro, as concorrentes tiveram de enfrentar muitos obstáculos: juros altos, carga tributária elevada e ineficiente, dólar em queda, baixo crescimento econômico, gargalos de infra-estrutura e burocracia e, por meses a fio, uma crise política aguda. Não bastou sobreviver nesse ambiente e crescer acima da média. Para cruzar a linha de chegada, as empresas tiveram ainda de apresentar os melhores indicadores de finanças, recursos humanos, inovação e compromisso social e ambiental. Um páreo duríssimo, vencido pela Companhia Vale do Rio Doce.
A Vale, que dias antes se tornara a segunda maior mineradora do mundo ao adquirir a Inco, do Canadá, foi o destaque de uma festa concebida para homenagear o Brasil que dá certo e cresce com responsabilidade social. Não faltaram bons exemplos de que isso é possível. O que se viu, na noite da quinta-feira 26, foi uma sucessão de vencedores e a justa premiação de empresários e executivos que chegaram lá e querem mais, muito mais. Nas palavras do editor e diretor-responsável da Editora Três, Domingo Alzugaray, eles se preparam para entrar em 2007 com um lema gravado na testa: “crescer, crescer e crescer”.
A tônica do crescimento nos próximos anos marcou o discurso dos empresários e das autoridades presentes. O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, afirmou que o Brasil está pronto para entrar em uma nova fase de crescimento. As vulnerabilidades externas foram vencidas e a política de metas de inflação continua apresentando bons resultados (o IPCA, índice oficial, deve ficar em torno de 3,5% este ano). Os juros estão caindo e os volumes de crédito, subindo. “Vamos em busca do ‘crescer, crescer e crescer’ ancorados em uma sólida base monetária, fiscal e cambial”, disse Meirelles.
No total, 34 empresas foram homenageadas. Elas foram selecionadas no ranking das 500 maiores a partir de dados referentes aos quatro critérios básicos de gestão. Os números foram consolidados pelo Grupo Trevisan, com apoio da Economática. Além da Vale, quatro estrelas brilharam: o Banco Bradesco, que recebeu o prêmio Gestão Financeira; a seguradora Aliança do Brasil, pela Gestão de Recursos Humanos; a Alpargatas, por sua Gestão Social e de Meio Ambiente; e a Usiminas, pela Gestão em Inovação e Tecnologia. “O setor empresarial está fazendo o Brasil do futuro, apesar dos muros da desigualdade e do atraso”, disse o senador Cristovam Buarque (PDT), no discurso mais aplaudido da cerimônia.
O presidente da Vale do Rio Doce, Roger Agnelli, foi representado pelo diretor de Assuntos Corporativos, Tito Martins. Agnelli estava no Canadá acertando os últimos detalhes da compra da Inco – vencia naquele dia o pagamento de US$ 13,5 bilhões, em dinheiro, pelo controle da mineradora. “A Vale representa o que há de bom no Brasil, como as demais empresas que estão aqui”, afirmou Martins. A Editora Três, que publica as revistas semanais ISTOÉ, ISTOÉ Dinheiro e ISTOÉ Gente, presenteou a Vale com um amplo estudo de marca, o Brand Asset Valuation, a ser realizado pela agência de publicidade NewComm.
As demais campeãs receberam seus troféus das mãos de Domingo Alzugaray; Henrique Meirelles; Cristovam Buarque; Aldo Rebelo, presidente da Câmara dos Deputados; Cláudio Lembo, governador do Estado de São Paulo; Gilberto Kassab, prefeito de São Paulo; Rossano Maranhão, presidente do Banco do Brasil; Antoninho Trevisan, presidente do Grupo Trevisan; Fernando Exel, presidente da Economática; e Carlos José Marques, diretor editorial da Editora Três.