27/06/2001 - 10:00
A franquia tem sido uma das coqueluches do mundo dos negócios. Contratos de concessão de marcas para a abertura de pontos-de-venda uniram empresários e franqueados em todo o País nos últimos anos. Agora, essas regras consagradas no mercado começam a produzir resultados na área social. A Fundação Iochpe, criada pelo grupo industrial Iochpe-Maxion, acaba de lançar o conceito de franquia social. Há onze anos, ela desenvolve projetos de educação, cultura e bem-estar social para jovens carentes entre 15 e 17 anos. Um deles, o Programa Formare, formou 500 jovens em cursos profissionalizantes. Desse total, 425 técnicos usaram os conhecimentos para conseguir o primeiro emprego. Animada com os resultados, a fundação utilizou essa experiência para criar o Programa Franquia Social. O projeto oferece pacotes de assistência técnica e assessoria para a instalação, em empresas, de escolas profissionalizantes para jovens carentes que estudam e moram nas proximidades dos grupos empresariais. As salas de aula e equipamentos são instalados nas próprias fábricas. Técnicos, gerentes e profissionais especializados do grupo se transformam em professores voluntários. “Essa é primeira proposta do gênero no mundo. Ao contrário das franquias convencionais, não buscamos o lucro, mas o retorno social”, garante a presidente da fundação, Evelyn Berg.
Não é necessário pertencer ao grupo Iochpe-Maxion para entrar no programa. A empresa interessada paga uma taxa de R$ 70 mil, na assinatura do contrato, para montar uma turma de, no máximo, 20 alunos. Inicialmente, recebe um projeto com as propostas adequadas à sua realidade. Em seguida, técnicos da fundação escolhem o local onde a escola vai funcionar, opinam sobre a montagem da estrutura e orientam os profissionais do grupo para as aulas. Os cursos são escolhidos de acordo com o ramo de atividade de cada grupo. Duram um ano, e os diplomas são reconhecidos pelo MEC.
Os alunos ganham uma bolsa mensal de meio salário mínimo e têm direito a todos os benefícios que a empresa oferece aos funcionários: do plano de saúde ao vale-refeição. Após a primeira turma, a taxa de R$ 70 mil é paga pelo franqueado a cada novo grupo. O investimento pode ser deduzido no imposto de renda das empresas. O projeto conquistou empresas como a Gradiente, a fabricante de tratores AGCO e a indústria de faróis e lanternas para carros Arteb. “O ambiente de trabalho é educador e ajuda a elevar a auto-estima desses jovens carentes”, explica Evelyn.