13/06/2001 - 10:00
Um garotinho de cinco anos de idade era sempre o primeiro numa fila de visitas. Ia ver a mãe, ela sempre vestida de bege. Dezesseis anos depois, uma senhora de 49 anos é que chamava a atenção pela assiduidade, também numa fila de visitas. Ia ver o filho, e ele também se vestia de bege. Um detalhe, que é mais que um detalhe nessa história: o bege é a cor do uniforme de quem está preso. Mas se, primeiro, o filho visitava a mãe prisioneira e, depois, foi a mãe quem passou a ir ver o filho encarcerado, o fato é que hoje eles não podem se visitar mais. O dois estão presos, separados fisicamente em suas penitenciárias e unidos pelo destino no mesmo artigo do Código Penal: roubo. A mãe se chama Nélida Seli, 53 anos, o filho, Calil, está com 26. Há uma eternidade sem se verem, ISTOÉ testemunhou com exclusividade o reencontro de ambos no Centro de Observação Criminológica (COC), em São Paulo, onde Calil cumpre pena.