O poderoso Malan

Aroeira 2000

Só o futuro dirá se vai emplacar a candidatura do ministro da Fazenda, Pedro Malan, a presidente da República. Uma coisa já é certa: o ministro é hoje o homem mais poderoso do governo. Tão forte como um dia foi o presidente do Senado, Antônio Carlos Magalhães. O líder do PSB na Câmara, Alexandre Cardoso (RJ), cita um exemplo: “O governo só rompeu o acordo com a oposição para a votação do salário mínimo porque ele não tinha passado pelo Malan.” Agora em Brasília, reunião que o ministro e seus subordinados não vão, não vale. Daí o MST ter cobrado a presença de algum assecla de Malan nas negociações com o governo. “É para que tenha validade o que for acertado”, explica o deputado José Genoíno (PT-SP). Mas o problema de tanto poder nas mãos de um ministro da Fazenda é o da insensibilidade dessa gente. “Talvez aí esteja um dos motivos do agravamento da crise social do País, que tantos estragos tem causado à popularidade de FHC”, aponta Alexandre Cardoso.
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Ciro quer o PMDB

Presidente do PPS, o senador Roberto Freire avisa: “Não adianta ACM querer aderir à candidatura Ciro Gomes que nós não o aceitamos. Queremos o PFL como oposição.” O sonho do PPS é conseguir o apoio de outro partido da base governista. “Estou conversando com muita gente do PMDB. Sinto que poderemos fechar uma aliança para 2002”, revela Freire.
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Escândalo no Fundef

A farra dos prefeitos com as verbas do Fundef já atrapalha a imagem do Brasil lá fora. A Anistia Internacional conseguiu asilo na Suíça para o vereador Ricardo Alvarenga, que denunciou o rombo no município de Águas Lindas (GO).
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Vida nova

Afastado do comando do Ministério dos Esportes, Rafael Greca tomou posse, na terça-feira 2, como deputado federal pelo PFL do Paraná. Primeiro, aprendeu a votar no painel eletrônico. Depois, exonerou de seu gabinete Rosane Freitas, mulher de Luiz Antônio Buffara, o ex-diretor de Administração e Finanças do Indesp que jogou o ministro no escândalo da máfia do bingo.
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Frieza do poder
Enquanto Eduardo Jorge Caldas Pereira era o poderoso secretário-geral do Planalto, no primeiro governo FHC, prosperou em Brasília a Atual Publicidade, empresa do sobrinho da mulher do ministro. Abocanhou contas como a dos Correios, do governo do Distrito Federal, do Banco do Brasil e do Ministério da Educação. Agora que o casal Caldas Pereira está distante do poder, a Atual anda perdendo suas contas.
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Rápidas

* Ney Suassuna faltou à votação da Comissão de Ética do Senado em que foi decidido censurar ACM e Jader Barbalho pelo bate-boca no plenário. Em tempo: Suassuna já quase levou um soco de ACM.

* Fernando Henrique Cardoso pediu ao PSDB do Rio que apresse o apoio à candidatura do petebista Cesar Maia para prefeito. Quer impedir que Ciro Gomes acerte a aliança.

* Depois das invasões do MST, agora são os índios pankararus, que vivem em três favelas de São Paulo, que pretendem invadir Brasília. Querem montar os barracos em frente à sede da Funai.

* São 170 os deputados que querem ser candidatos a prefeito nas próximas eleições, segundo levantamento do news letter semanal CartaCongresso. Dá um terço da Câmara.