10/05/2000 - 10:00
Sarah Blaffer é antropóloga da Universidade da Califórnia (EUA). É mãe de três filhos. Acaba de lançar uma tese que é um tiro no coração da humanidade: o amor materno é um mito e nada mais que um mito, não existe o amor materno natural e incondicional. Mães amam os seus filhos apenas porque vêem neles a continuação de seus próprios genes (o trabalho de Sarah chama-se Mother Nature: a history of mothers, infants, and natural selection, editora Pantheon). Sarah lança a seguinte questão: como pode existir esse amor maternal automático se o ser humano é a única espécie de primata em que a mãe comete infanticídio? Segundo a antropóloga, mães amam um filho porque põem na balança a relação custo/benefício. Pesam mais os interesses da preservação da espécie dos seus próprios genes.