14/05/2008 - 10:00
AUTORIDADES (da esq. para a dir.) Porto, Pucinelli, Silveira, Yeda, Miranda, Góes e Martins
Mario Garnero, presidente do grupo Brasilinvest, é um homem de sorte. Um dia antes de receber empresários, políticos, governadores, autoridades e celebridades em Nova York para seus tradicionais encontros de promoção de negócios, no começo de maio, o Brasil foi promovido ao status de destino seguro para investimentos pela agência de classificação de riscos de crédito Standard & Poor’s. Pela primeira vez, o País deixou de ser visto oficialmente como caloteiro pela S&P, o que abre mais portas para novos investimentos diretos e indiretos. As ações de companhias brasileiras na Bolsa de Nova York dispararam, enquanto os convidados chegavam para a conferência Brasil, 27 Países, Uma Nação, promovida pelo Fórum das Américas, fundado por Garnero, e o Council of the Americas, presidido por David Rockefeller.
Cinco governadores e dois vice-governadores foram ao evento mostrar os potenciais de seus Estados para receber os dólares e euros dos investidores presentes. Marcelo Miranda, do Tocantins, engrossou o coro em defesa do etanol de cana, injustamente atacado nas semanas anteriores como um dos vilões dos aumentos de preços de alimentos mundo afora. E aproveitou para fazer marketing ecológico, uma das principais ferramentas para atrair investimentos na nova era do petróleo hipercaro – o preço do barril ultrapassou a marca de US$ 120 dólares na semana passada. “O Tocantins foi um dos primeiros Estados a investir e produzir o ecologicamente correto petróleo verde, o biocombustível”, destacou Miranda. Também participaram Yeda Crusius, do Rio Grande do Sul; Waldez Góes, do Amapá; André Pucinelli, de Mato Grosso do Sul; e Luiz Henrique, de Santa Catarina.
CELEBRIDADES Alice Braga, Bill Clinton e Mario Garnero
A maior defesa do etanol brasileiro foi feita no dia seguinte, no Fórum de Desenvolvimento Sustentável 2008. O ex-presidente Bill Clinton, convidado de Garnero e da Associação das Nações Unidas-Brasil, elogiou o etanol de cana, que consome bem menos combustível fóssil em sua produção do que o etanol de milho produzido nos Estados Unidos. “O etanol do Brasil é o melhor que existe”, afirmou Clinton à ISTOÉ. “O desafio do País é aumentar a produção sem comprometer a floresta tropical.”
Dizendo-se “meio brasileiro” devido ao seu gosto musical, Clinton afagou os governadores presentes e disse que preferiria estar na platéia a estar no palco. Assim, aprenderia mais sobre as soluções brasileiras para os dilemas do século XXI. “Nenhum país no mundo faz mais esforços do que o Brasil para achar um caminho para o desenvolvimento sustentável, para salvar o planeta do aquecimento global e aumentar a prosperidade da sua população”, concluiu. Momentos antes, Marcelo Miranda e os vicegovernadores Pastor Luiz Carlos Porto, do Maranhão, e Wilson Martins, do Piauí, firmaram protocolo de intenções para a construção de um etanolduto em seus Estados. No conjunto, tudo leva a crer que os brasileiros continuarão no centro do debate sobre formas alternativas de energia. “O Brasil não é mais o país do futuro. É um dos grandes líderes globais da atualidade”, diz Mario Garnero.