26/04/2000 - 10:00
A Xyllela ianque
O governo federal americano e o do Estado da Califórnia estão contratando um time de cientistas paulistas para ajudar a acabar com uma praga que ameaça os vinhedos mais rentáveis daquele país. Para se ter uma idéia, a praga já deu um prejuízo de US$ 40 milhões aos produtores de vinho californianos. A missão dos brasileiros será repetir o trabalho já feito em São Paulo de sequenciar o genoma (o código genético) de uma bactéria chamada Xyllela fastidiosa (foto abaixo). Essa bactéria é parente próxima de outra Xyllela, que ataca os laranjais do interior paulista. O time brasileiro, do Instituto Ludwig, conseguiu decodificar todo o genoma da Xyllela brasileira há cerca de dois meses, sob patrocínio da Fapesp (a agência do governo paulista que dá o apoio financeiro à pesquisa no Estado). Com o código genético da bactéria é possível induzir a planta a criar uma proteção natural contra a Xyllela. A Califórnia pretende gastar US$ 14 milhões com esse projeto de cooperação, o primeiro envolvendo cientistas emprestados de outro país.
Internet
Sigilo garantido
Demorou, mas a lei finalmente dá os primeiros passos para garantir mais segurança e privacidade ao internauta. O deputado Julio Semeghini (PSDB-SP) apresenta ao Congresso esta semana um projeto que obriga provedores de Internet a guardar durante três anos informações sobre as conexões realizadas. Dados como identificação do usuário, seu CIC e endereço, horário da conexão e IP (espécie de endereço na rede) são fundamentais na hora de caçar hackers. O projeto, elaborado com auxílio da OAB-SP, Ministério Público, Justiça, polícias Civil e Federal, Comitê Gestor (da parte brasileira da rede) e representantes dos provedores, proíbe a divulgação desses dados sem mandado judicial. As penas para os infratores incluem multa e prisão.
Tecnologia
Não é brincadeira
O absolutamente inesperado aconteceu. A potência, cada vez maior, dos consoles de videogames para reproduzir, com espantosa fidelidade, cenários de combate e de armas poderosas pulou fora da máquina e adquiriu importância estratégica no mundo real. O governo japonês acaba de impor rígido controle sobre a exportação do PlayStation2, da Sony, a mais nova coqueluche dos jogos eletrônicos, que vendeu somente nas primeiras semanas após o lançamento 1,4 milhão unidades. A razão do controle? Militar, por incrível que pareça. Descobriu-se que a principal placa de circuitos do console é tão avançada em tecnologia de imagem que pode ser usada para guiar com precisão os mais sofisticados mísseis de guerra. Realmente, os engenheiros da Sony não estão brincando em serviço.