Consultora científica do seriado de televisão Arquivo X desde 1994, a bióloga Anne Simon teve como missão explicar o inexplicável. Em A verdadeira ciência por trás do Arquivo X (Unicórnio Azul, 298 págs., R$ 35), ela reúne argumentos para justificar manifestações alienígenas tão embriagadoras quanto a abdução da irmã do agente do FBI Fox Mulder. Ou a ação de microorganismos parasitas que sugam o corpo de seres humanos, seu hospedeiro preferido, até atingirem a forma adulta e tentar dominar a Terra.

Doutora em genética e aficionada pelo comportamento dos vírus, Anne Simon revela que sua parceria com o produtor e criador da série, Chris Carter, é coisa séria. Carter, que assina o prefácio do livro, orienta-se com Anne para sempre usar em cena equipamentos, microscópios, terminologia e procedimentos clínicos corretos. Embora tenha inspirado a criação da personagem Anne Carpenter, uma médica do FBI, a verdadeira Anne é uma espécie de voz da consciência da agente federal Dana Scully. Ambas são médicas e céticas. Buscam motivos racionais e explicações plausíveis para fenômenos estranhos como as moscas que, por deformação genética, nascem com patas na cabeça, no lugar das antenas.

A doutora Anne explica até onde essa aberração é possível. Atribuir a insetos poder e força alienígenas faz parte da liberdade artística de Chris Carter, para quem os ETs podem tudo. Mesmo quem não é fã do seriado de tevê ainda assim poderá aprender com a doutora Anne Simon. Seu livro é um passatempo didático e dá uma aula sobre os fundamentos do que há de mais moderno em ciência: biotecnologia e engenharia genética.