23/04/2007 - 10:00
ANÁLISE A UFRJ fará dois mil exames de doping nos jogos
Os atletas dos Jogos Pan-Americanos 2007, em julho, no Rio, receberão cuidados médicos especiais. Para evitar surpresas, como casos de morte súbita, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) está investindo R$ 560 mil na cobertura de exames preventivos. O objetivo é conferir se a saúde dos competidores está 100% e encontrar possíveis alterações orgânicas capazes de ameaçar a vida das estrelas do evento. E para garantir que o Pan também não sofra arranhões há uma verba generosa para o controle antidoping. O Ministério dos Esportes reservou R$ 8,4 milhões para o sistema, que está a cargo do Laboratório de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico (Ladetec), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). É o único do Brasil credenciado pela Agência Mundial Antidoping (Wada).
Exames antidoping não são obrigatórios no País. Durante o Pan-Americano, o desempenho “limpo” dos atletas será checado em duas etapas. Cerca de 500 esportistas serão submetidos, por sorteio, a testes-surpresa ao chegar à Vila do Pan. Outro momento de aplicação dos exames será após as competições. Tão logo recebam o resultado, os esportistas passarão pelo controle. “O critério não será nominal, mas por classificação”, esclarece Renata Castro, especialista em medicina esportiva do COB. O Ladetec recebeu uma verba para se adequar ao evento. Vai contratar mais profissionais e adquirir material extra para fazer as análises. Durante os 15 dias da competição, estima-se que duas mil amostras serão avaliadas pelo laboratório.
Obrigatório mesmo será o check-up preventivo. “Todos os atletas brasileiros serão avaliados”, diz João Alves Granjeiro, diretor médico do COB e coordenador de serviços médicos dos jogos. Isso quer dizer testes clínicos, cardiológicos e físicos feitos dias antes da competição. Esse tipo de cuidado é tão importante que virou obrigatório. No ano passado, nos Jogos Sul-Americanos, na Argentina, Hilton Silva, 20 anos, teve de se afastar das provas de salto triplo devido a problemas cardiológicos. Ele está tratado e poderá competir no Pan. Antes do evento, a saúde dos esportistas estará no centro de mais uma reunião de experts. Desta vez, os da medicina. Em maio acontece o Congresso Médico dos XV Jogos Pan-Americanos, que reunirá brasileiros e estrangeiros. Todos interessados em garantir que o espetáculo não seja maculado por situações que podem ser evitadas.