CONF-01-IE-2311.jpg

Se a convivência entre Luiz Inácio Lula da Silva e Eduardo Campos tornou-se muito difícil depois que PT e PSB ficaram separados na campanha presidencial, a relação pode atingir um nível impensável de amargura. É que o prefeito do Recife, Geraldo Julio, do PSB, cogita rebatizar o principal parque da cidade com o nome do cantor Reginaldo Rossi, morto em 2013. O problema é que o local, inaugurado em 2011, com projeto de Oscar Niemeyer, foi batizado como Parque Dona Lindu, numa homenagem do então prefeito João Paulo, do PT, à mãe de Lula, uma senhora de poucas letras e muita fibra que o político mais popular do País define como a melhor influência que recebeu em sua vida.

Homenagens recíprocas

O projeto de parque Reginaldo Rossi encontra-se em fase de sondagens. Funcionários da prefeitura têm procurado moradores da capital pernambucana para apurar como eles reagiriam à ideia. No mesmo ano em que o parque foi inaugurado Lula apoiou a indicação da mãe de Eduardo Campos, Ana Arraes, para uma cadeira no Tribunal de Contas da União.

Operação tartaruga

Parlamentares da Câmara e do Senado se reuniram e decidiram que durante o período eleitoral só vão realizar sessões deliberativas em uma semana de cada mês. A partir de junho, as excelências receberão R$ 26,7 mil por três dias de trabalho, lembrando que a semana parlamentar começa na terça-feira e termina na quinta-feira.

Tribunal rebelde

O corregedor nacional de Justiça, Guilherme Calmon, intimou o presidente do Tribunal de Justiça de Goiás, Ney Teles de Paula, a encaminhar por via eletrônica, em 48 horas, a data e o local da sessão de escolha dos candidatos aprovados no concurso para titulares de cartórios do Estado. De Paula resiste a cumprir decisão do Supremo e corre o risco de ser punido.

Charge

Charge_2311_Putinho.jpg

Lixo eleitoral

Em conversa com membros do primeiro escalão da Prefeitura do Rio, o secretário de Turismo, Antônio Pedro, atribuiu à disputa eleitoral de outubro a greve dos funcionários da limpeza urbana que deixou um rastro de sujeira no Carnaval. Pedro lembrou que a Comlurb foi por 16 anos reduto do ex-prefeito Cesar Maia, que concorre ao governo do Estado e se beneficia com o desgaste de Eduardo Paes e do PMDB.

Falsa economia no Senado

No papel, um dos primeiros atos do presidente do Senado, Renan Calheiros, foi acabar com o departamento médico e transferir os servidores da Casa para o SUS. Na prática, o Senado continua nomeando novos médicos, chamados de “analistas legislativos com especialidade em medicina” no jargão técnico da Casa, como aconteceu em 26 de fevereiro. A austeridade atingiu funcionários da Casa, mas poupou os próprios senadores, que conservam o direito ao atendimento irrestrito durante o exercício do mandato e, fora do Senado, têm uma ajuda de custo de R$ 30 mil por ano.

Gratificação atrasada

Os servidores federais estão em pé de guerra com o governo. Os sindicatos que representam funcionários de pelo menos três ministérios – Agricultura, Transportes e Cultura – reclamam que o Executivo suspendeu o pagamento das gratificações de desempenho. Como o penduricalho já faz parte da composição do salário, se o servidor entrar na Justiça ele receberá o benefício atrasado, mas o dinheiro vai demorar a chegar.

Selecionando o povo

O Senado resolveu dificultar o acesso de cidadãos comuns às galerias, onde só se pode entrar, agora, com horário marcado. A ordem é da direção da Casa e cabe sob medida para um ano eleitoral. Evita a presença de estudantes que se divertem no exercício de “vaiar políticos” e permite que os próprios senadores organizem comitivas de cabos eleitorais encarregados de aplaudir seus discursos, que serão gravados para a propaganda eleitoral.

Toma lá dá cá

CONF-04-IE-2311.jpg

Deputado José Luiz Penna (SP), presidente do PV

ISTOÉ – O PV convidou o ministro do STF Joaquim Barbosa a se filiar?
José Luiz Penna –
Essa informação rendeu uma certa expectativa no Rio de Janeiro, mas nunca tivemos uma conversa formal. Durante a visita dele ao Congresso, o presidente do STF disse que era eleitor do PV e ficou de conversar. 

ISTOÉ – O partido gostaria de tê-lo como candidato?
Penna – 
Ele é a grande incógnita dessa eleição. Diz que não é candidato, mas está na cabeça de todos os eleitores. Estamos à disposição, mas só estudaremos o cenário depois de uma filiação. Enquanto isso, vamos tocando o barco. 

ISTOÉ – Se o deputado Alfredo Sirkis (PSB-RJ) concorrer ao governo do Rio de Janeiro, pode herdar os votos verdes?
Penna –
Ainda temos esperança de convencer o Fernando Gabeira a disputar o governo.

Rápidas

*O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, foi alertado pelo Palácio do Planalto sobre gestões de um determinado cacique do PMDB para tentar derrubá-lo da pasta. O pior é que o fogo amigo vem do setor que deseja manter-se na base do governo Dilma.

* Para evitar denúncia de campanha eleitoral antecipada, bonecos gigantes de Marina Silva e Eduardo Campos desfilaram pelo Carnaval do Recife sem identificação, manipulados por cidadãos vestidos com roupas negras, sem inscrição de nenhuma espécie.

Ministério do Agronegócio

O senador Blairo Maggi (PR-MT) acertou com a cúpula do PMDB, sem ouvir a bancada de Minas Gerais, a indicação do novo ministro da Agricultura. Trata-se de Neri Geller, secretário de Política Agrícola. Em troca, vai apoiar a candidatura de Sinval Barbosa para o Senado.

Retrato falado

CONF-02-IE-2311.jpg

Na Esplanada, o PP ocupa espaço privilegiado, tomando conta do orçamento bilionário do Ministério das Cidades. Mas a pasta não garantiu à presidenta Dilma Rousseff o apoio da sigla em 2014. Francisco Dornelles, ex-presidente da legenda, é da família do tucano Aécio Neves. Por isso, não pode se comprometer a pedir votos para Dilma. No Sul, a legenda tem uma briga histórica com o PT e no Nordeste uma boa relação com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos. Assim, o PP deve continuar em cima do muro em 2014, explica o deputado Simão Sessim (PP-RJ). 

Santa reforma agrária

CONF-03-IE-2311.jpg

O Incra inicia esta semana vistoria nas terras do banqueiro Daniel Dantas. Localizadas no sul e sudeste do Pará, as fazendas Cedro, Rio Pardo/Fortaleza e Maria Bonita/Caroço do Olho cobrem 21 mil hectares. Nos cálculos dos fiscais, dá para assentar mil famílias. Com o hectare a R$ 10 mil, a Agropecuária Santa Bárbara, de Dantas, receberia R$ 210 milhões pela área.

Veto ao Paraná

Com aval do Palácio do Planalto e da Fazenda, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, bloqueou no orçamento a emenda de R$ 130 milhões para a compra de equipamentos pelas forças de segurança da zona de fronteira, entre os municípios de Foz do Iguaçu e Barracão, e Foz e Guairá. A emenda estava avalizada pelos 30 deputados e três senadores do Paraná.

Com a colaboração de Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo
Fotos: Antonio Gauderio/Folha Imagem; Erasmo Salomão; Davilym Dourado/valor; Roberto Castro/AG. ISTOÉ