Itália dá folga a Pizzolato

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 O esforço para localizar Henrique Pizzolato é mais animado nas páginas dos jornais brasileiros do que na Itália, onde ele se refugiou antes de receber o mandado de prisão. A Polícia Criminal, ligada ao Ministério do Interior daquele país, assumiu a postura de quem considera que Pizzolato está em pleno exercício da sua cidadania italiana e dá sinal de que não pretende ajudar a localizá-lo. Quando o adido da Polícia Federal na embaixada brasileira em Roma fez um pedido formal para monitorar o refugiado brasileiro, a resposta foi equivalente a nem pensar.

No rastro de imóveis
A Polícia Federal investiga, no Brasil, possíveis alterações no patrimônio em imóveis de Henrique Pizzolato.  Os policiais acreditam que Pizzolato não iria deixar o país de bolsos vazios e tem procurado informações sobre uma venda fora do eixo Rio-São Paulo. Pizzolato tinha um patrimônio declarado de R$ 2 milhões em imóveis em 2003, quando tomou posse como diretor do Banco do Brasil.

Revanche no TSE
Tem-se como certo, no Ministério Público, que o Tribunal Superior Eleitoral irá rever decisão anterior e restaurar o direito dos procuradores abrirem inquérito na campanha de 2014 – sem pedir autorização do juiz, como ficou resolvido uma primeira vez, a partir de determinação do ministro Antonio Dias Toffoli. Estima-se que a mudança cairá antes de chegar ao Supremo.

Telhado de cristal
Ao exigir que a Secretaria da Fazenda do Distrito Federal cobrasse uma taxa de 4% sobre a coleta de amigos e aliados para José Genoino pagar a multa pela ação penal 470, a deputada distrital Liliane Roriz (PRTB) chamou a atenção para suas questões legais e fiscais. Filmada quando recebia R$ 50 mil não contabilizados para uma campanha eleitoral, Liliane foi denunciada pelo Ministério Público pela compra não declarada de imóveis.

Charge

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Texto a seis mãos
Dilma fez oito reuniões com Marco Aurélio Garcia e Fernando Pimentel para rascunhar seu discurso em Davos, na semana passada. Numa curiosa coincidência, foi um encontro de velhos militantes da luta armada contra a ditadura. Numa das conversas, o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, mais tarimbado do que os demais em Davos, também participou.

Apagão
Na quinta-feira 23, a fila de espera de consumidores para restabelecer o fornecimento de energia formava uma pequena multidão – 600 pessoas. A explicação da Companhia Elétrica de Brasília (CEB) é que se viveu a entressafra de empresas terceirizadas. Acabou o contrato da firma anterior e não se fez, a tempo, a licitação para uma empresa nova.

Cadê o hot-dog?
Empresas especializadas em gestão em multi-arenas esportivas, o nome moderno do velho estádio de futebol, temem uma falha básica em dez dos 12 estádios. Falta espaço e planejamento para exploração comercial. Em alguns locais, não há lugar nem para o vendedor passar entre torcedores com bandeja de sanduíches e bebidas.  

Braços cruzados em março
Dois anos depois da greve do funcionalismo federal, os sindicatos de servidores preparam uma nova paralisação para março. Não se espera um protesto com a dimensão exibida há dois anos, mas um movimento com grandeza suficiente para ser chamado de greve, palavra sempre ruim numa eleição presidencial. Incapaz na época de chegar a um acordo com agentes da Polícia Federal, até hoje o governo enfrenta a contrapartida de sindicatos cada vez mais afastados do PT e próximos do PSDB, capazes de dar muito trabalho – por exemplo – na Copa do Mundo.

A todo vapor
José Sarney (PMDB-AP) está com dificuldade para cumprir a promessa de se aposentar em janeiro de 2015, no fim do mandato, para se dedicar à literatura. Ele não apenas assumiu a liderança da resistência da filha Roseana no Maranhão, mas tem atuado com tanto empenho no Amapá, seu Estado eleitoral, que a Procuradoria Regional Eleitoral já ajuizou quatro representações por propaganda antecipada.

Toma lá dá cá

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DEPUTADO JÚLIO DELGADO, presidente do PSB em Minas Gerais
ISTOÉ – O partido ficou surpreso com a nota da Rede defendendo candidato próprio na disputa de Minas Gerais?
Delgado –
Sempre conversamos bastante. Até agora não entendemos por que eles preferiram divulgar uma nota em vez de nos comunicar.  Nós vamos fazer o melhor para a candidatura do Eduardo Campos e da Marina. A Rede nem tem quadro para lançar candidato.

ISTOÉ – Marina tem feito intervenções nas costuras políticas estaduais?
Delgado –
A Marina teve desempenho espetacular em Minas, ganhou da Dilma e do José Serra. Tem muita força aqui, portanto. Mas isso é uma disputa deles, da Rede, para marcar posição aqui. Quem coloca uma condição dessas, de candidatura própria, só pode estar calculando que a eleição presidencial vai ser decidida no primeiro turno.

ISTOÉ – PSB e PSDB vão se unir contra Dilma, em Minas Gerais?
Delgado –
No primeiro turno, Eduardo Campos e Aécio Neves terão que colocar suas divergências eventuais. Mas, em um segundo turno, quem ficar vai ter que ajudar o outro. E em Minas, é óbvio que o Aécio será o presidenciável com mais votos. Mas vai sobrar um bocadinho de votos e não podemos pensar que todos serão de Dilma.

Rápidas
* O salário de Delúbio Soares como funcionário da CUT, de R$ 4.100, é quase 20% inferior ao vencimento médio de um diretor da entidade.

* Maior estrela convidada a um encontro de Dilma Rousseff com jornalistas em Davos, Martin Wolf é autor de um artigo obrigatório sobre as dificuldades de viver num país onde as elites tradicionais fracassaram. Seu cenário é a Europa.

*Segue equilibrada a disputa entre Humberto Costa e Walter Pinheiro por um cargo que o eleitorado não entende, mas que os políticos adoram: líder da bancada do PT no Senado.

Retrato falado

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 “Vamos votar o que é consenso e o que não for a gente joga para a frente. A pauta principal será a eleição, não tem como fugir disso.”

Curto, o ano legislativo de 2014 vai começar no meio de março e terminar dois meses depois, quando começa de fato a eleição. Para não misturar a pauta do Congresso com a das eleições, o líder do PT na Câmara, José Guimarães (CE), tenta fechar acordo com os colegas para montar programa de trabalho que deixe de fora os temas polêmicos.

A que foi sem ter sido

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 O contraventor Carlinhos Cachoeira convenceu a mulher, Andressa, a desistir da candidatura a deputada federal pelo PSL. O argumento é que as atividades da família já ficarão expostas demais depois que a Justiça aceitou denúncia do Ministério Público contra Demóstenes Torres, amigo de Cachoeira. Andressa, que estava animada com a ideia, acatou o conselho do marido.

CUT retoma ideia de Lula
Numa reação a empresários que se articulam para acabar com a lei do salário mínimo, sindicalistas da CUT pretendem debater o projeto da Consolidação das Leis Sociais em 2014. A proposta ficou pronta em 2010, mas foi arquivada por Lula, que não queria ser acusado de eternizar o Bolsa-Família.

fotos: Roberto Castro; Carlos Moura/CB/D.A Press; Gustavo Bezerra/PT; Adriano Machado / AG. ISTOÉ
Colaboraram: Claudio Dantas Sequeira, Izabelle Torres e Josie Jerônimo