22/09/1999 - 10:00
Rosemar Monteiro era casada com o juiz Leopoldino há cinco anos. Não tinham filhos. Rose, como é conhecida, compara a chacina do marido, descendente de índios guató, à do cacique Galdino Jesus dos Santos, morto em Brasília por um grupo de adolescentes de classe média.
“O índio Galdino foi queimado e não deu em nada. Agora, um índio guató foi queimado.”
ISTOÉ – O juiz disse que estava sendo ameaçado de morte?
Rosemar Monteiro – Ele sabia que corria risco. Mas era macho pacas.
ISTOÉ – Ele andava armado?
Rosemar – Não. Eu tenho porte de arma e atiro muito bem. Fiz curso. Dei 65 tiros, errei três.
ISTOÉ – A sra. acredita que alguém no Tribunal de Justiça possa ter encomendado o crime?
Rosemar – Se você imagina isso, eu também posso imaginar.
ISTOÉ – A sra. tem medo que o caso caia no esquecimento?
Rosemar – Não se mata um juiz íntegro por denunciar a sua instituição. Você acha que nós brasileiros aceitamos que fique assim?