01/09/1999 - 10:00
Duas fitas, uma cassete e outra de vídeo, já tidas como autênticas pelo laboratório de Fonética da Unicamp, tornaram praticamente irreversível o indiciamento do deputado Augusto Farias no inquérito que investiga as mortes de PC e sua namorada, Suzana Marcolino. As fitas foram gravadas pelo delegado Antônio Carlos Lessa e os detalhes sobre seu conteúdo são mantidos sob sigilo. A polícia alagoana, porém, assegura que ambas as fitas registram uma tentativa de suborno. Um homem ligado às empresas dos Farias teria procurado o delegado Lessa para evitar o indiciamento do deputado Augusto, irmão de PC. "Todo homem tem seu preço e você poderá ganhar muito", disse o interlocutor ao delegado. A primeira conversa gravada foi telefônica. A segunda foi feita com uma microcâmera em uma churrascaria na orla de Maceió, em endereço bem próximo ao apartamento do deputado.
"Temos muitos elementos que podem complicar a vida do deputado e agora ele dificilmente não será indiciado", diz o delegado Alcides Andrade, que também trabalha no caso. A idéia dos delegados é só entregar o relatório final do caso dentro de duas semanas. "Estou sendo vítima de extorsão dos delegados", disse o deputado Augusto Farias. "Se vier a ocorrer um indiciamento, estaremos diante de uma conspiração política"
M.S.F.