01/03/2000 - 10:00
Extratos pelo correio são coisa do passado. Depois de utilizar a Internet para enviar aos correntistas informações sobre suas contas e aplicações, os bancos agora partem para o uso do celular. O Bradesco começou a oferecer o serviço na semana passada. Os próximos a contar com a novidade são Unibanco e Safra, e o Itaú promete entrar no jogo ainda em março. Bom para os clientes que possuem aparelhos digitais (atenção: analógicos estão fora por limitação tecnológica) e também para as instituições financeiras. Se a princípio o serviço está basicamente restrito ao envio de saldo de conta corrente, fundos e poupança, pode-se esperar para o segundo semestre uma verdadeira avalanche de outras informações. Com a tecnologia WAP (Wireless Application Protocol) será possível efetivamente realizar transações bancárias pelo celular – depósitos, transferências e aplicações –, como já se faz na Web. Outra ampliação, que ainda depende de regulamentação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), é a inclusão dos celulares pré-pagos ao serviço.
Novidades como essa têm o objetivo de fidelizar clientes e também de captar novos correntistas. Odécio Grégio, diretor de Produtos de Informática do Bradesco, calcula que 140 mil clientes do banco serão beneficiados pelo InfoCelular. Inicialmente, a parceria foi feita com a Telesp Celular, que tem como área de cobertura o Estado de São Paulo, mas Grégio adianta que está em contato com outras operadoras. “Devemos atrair cerca de 30 mil novos clientes para o banco, a exemplo do que aconteceu com o InfoEmail”, estima Grégio.
Os outros bancos, porém, preferem não apostar no número de pessoas que podem ser atraídas pela novidade. Ramon Gomez, diretor de Canais de Distribuição do Unibanco, acredita que há 130 mil clientes do banco que são potenciais usuários do serviço, mas não aposta que o Click Banking, consiga, isoladamente, conquistar novos correntistas. Por enquanto, apenas quem estiver na área de atuação da BCP – Grande São Paulo e os Estados de Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte – poderá usufruir do benefício, porém o objetivo é estender o serviço às demais regiões do País, através de acordos com outras operadoras. “Com certeza é um atrativo para todas as concessionárias, pois trata-se de conteúdo”, explica o executivo. Já o Safra calcula que entre 10% e 15% da base de clientes do banco deverá utilizar a inovação. E o Itaú, que tem acordo com a Tess e está em fase de testes do serviço, acredita que este canal de conveniência deverá ser um sucesso por aqui, assim como acontece na Europa, onde já está disponível há cinco anos. Agora, é só se programar.