A guerra do Sistema S
O projeto de lei que muda o Sistema S (Senai, Senac, Sesi, entre outros) foi encaminhado à Casa Civil na semana passada. Para a Confederação Nacional da Indústria, o gesto do ministro Fernando Haddad é uma declaração de guerra. "O governo diz que está aberto ao diálogo, mas os empresários não foram ouvidos. Haddad trabalha com bases falsas", ataca Armando Monteiro Neto, presidente da CNI. Segundo ele, o sistema S, nas diversas áreas, soma cerca de 2,2 milhões de matrículas. "Nosso objetivo é formar quadros para o mercado de trabalho; já o nível sofrível da educação é desafio para políticas públicas", afirma. O projeto, a seu ver, não passa de "intervencionismo estatal".

Agripino só
A nuncia-se o rompimento político do presidente do Senado, Garibaldi Alves, com o líder do DEM, José Agripino Maia. Garibaldi negocia aliança com a governadora do Rio Grande do Norte, Wilma Faria, para a Prefeitura de Natal, que valerá até 2010, quando ambos disputarão duas cadeiras no Senado.

Oh, Ana Júlia
As relações entre a Vale e a governadora do Pará, Ana Júlia Carepa, vão de mal a pior. Além do corpo mole diante do MST, Ana Júlia quer criar um imposto estadual sobre exportações de minério. O produto, hoje, é isento de ICMS.

Novo mensalão
Passam por Minas Gerais, Brasília e Santa Catarina as investigações que poderão revelar um novo esquema que é o dobro do mensalão do PT. Trata-se de saques de R$ 102 milhões feitos na boca do caixa na agência do Banco Rural em Belo Horizonte. A Construtora ARG é investigada neste inquérito.

Mês das noivas
Após a desistência do apresentador Wagner Montes, o PDT do Rio deu uma freada de arrumação nos planos para a eleição de outubro. Mas vai decidir agora em maio se faz uma coligação ou se lança candidato próprio à prefeitura. No caso da segunda opção, há dois nomes no páreo: Paulo Ramos e Miro Teixeira.

Turbulências
Diálogo entre o governador Sérgio Cabral e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, no Itamaraty, na terça-feira 29. "Como vão as coisas?", indagou Cabral. "Algumas turbulências, preços muito altos", respondeu Gabrielli. E saiu dali para o Planalto, onde defendeu o aumento da gasolina.

TOMA-LÁ-DÁ-CÁ COM ANTÔNIO LAVAREDA, sociólogo e especialista em pesquisas

ISTOÉ – Como o sr. vê o apoio de 50,4% dos eleitores ao terceiro mandato?
Lavareda – A opinião pública está dividida. Essas questões demandam tempo, como no caso do desarmamento.

ISTOÉ – O sr. confia que Lula é contra a reeleição?
Lavareda – A alternativa é tentadora para o PT. Independentemente da convicção pessoal, Lula pode ser seduzido por um projeto desse tipo.

ISTOÉ – O presidente faz seu sucessor em 2010?
Lavareda – A maior probabilidade é da oposição. Dois mandatos são o que se chama de ciclo longo de partidos na Presidência.

O exemplo de Viena
Depois de uma viagem oficial à Bélgica e Áustria, o ministro Patrus Ananias saiu de férias. Mas, além do grande interesse dos europeus pelo Bolsa Família, continua a falar com entusiasmo sobre o programa de abrigo aos sem-teto de Viena – o Neuherhaus. São prédios com oito quitinetes por andar, para uma ou duas pessoas. O mobiliário, completo, é fornecido pela prefeitura. Os beneficiários têm assistência de saúde e psicológica. Patrus pensa em lançar algo parecido por aqui.

Chinaglia-san
Descendente de italianos, o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia, foi porta-voz de uma demanda dos parentes de japoneses que hoje trabalham no Japão. Os dekasseguis procuraram Chinaglia para convencer o governo a interceder pela criação de um consulado na cidade de Hamamatsu, que concentra a maior colônia de trabalhadores brasileiros no Japão. Chinaglia reuniu-se com o ministro Celso Amorim e encaminhou a demanda.

Ainda que tarde
O ex-deputado tucano Pimenta da Veiga desmente, com veemência, que tenha decidido apoiar o paulista José Serra na corrida à Presidência em 2010. "Por razões pessoais e mineiras, estou apoiando o governador Aécio Neves. Ele não só tem demonstrado muita habilidade política como é notória a competência com que vem conduzindo o Estado." Pimenta também faz questão de ressaltar que o Brasil sempre foi bem "nas mãos de governantes mineiros".

PT à baiana
O PT baiano encomendou esta semana uma pesquisa eleitoral para avaliar a popularidade dos quatro pré-candidatos do partido à Prefeitura de Salvador. A idéia é que os dois primeiros colocados disputem as prévias que serão realizadas até junho. E um novo nome entrou na briga: o deputado estadual José Carlos.

Vista chinesa
O embaixador da China, Chen Duqing, não acredita em mudanças no Conselho de Segurança da ONU. México e Argentina são contra o ingresso do Brasil. Os europeus querem uma participação maior. E a China veta um assento para o Japão. Sendo assim, prevê ele, fica tudo como está.

Sob suspeita
A pedido da bancada do PT no DF, o MP e o Tribunal de Contas do DF investigam o contrato entre a Secretaria de Educação e a Sangari do Brasil. Em 2007, segundo a denúncia, a empresa vendeu R$ 38 milhões em material didático para a Secretaria, sem licitação.

RÁPIDAS

Em menos de um mês, o presidente Lula foi duas vezes a Maceió. Voltou lá na quarta-feira 30 para dar posse ao novo conselho da Sudene. Com um detalhe: como prova de consideração, levou novamente na comitiva oficial o senador Renan Calheiros.

O governo quer divulgar melhor as ações da Secretaria Especial de Direitos Humanos. Indicado por Franklin Martins, Ivan Marsiglia deixa a Secretaria de Imprensa da Presidência para chefiar a comunicação do órgão.

Nas eleições de 2006, o Paraguai usou o sistema de urnas eletrônicas fornecido pelo TSE. Este ano, voltou atrás e optou pela votação manual. Sorte de Lugo é que sua vantagem foi grande. Se tivesse sido pequena…

Em ano eleitoral, há no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) uma preocupação com hackers, que andam distribuindo emails em nome do Tribunal solicitando recadastramento. É golpe.

RETRATO FALADO

Filho único, o presidente da Cedae, Wagner Victer, comprou uma briga feia com sua mãe, dona Leda, 76 anos. Habituada a pagar R$ 80 pelo consumo de água, ela recebeu uma conta de R$ 1.400 e reclamou numa agência. Um funcionário identificou-a pelo sobrenome e consultou o presidente. Por e-mail, Victer mandou que se cobrasse o devido. "Não dá para aliviar ninguém, nem o papa."

"Não posso dar o mau exemplo com minha mãe. Ela que preserve a água"