11/10/2013 - 20:55
Na semana em que o Brasil é a estrela da feira literária de Frankfurt, um ataque contra a liberdade de expressão abriu uma enorme polêmica no País. Ícones da nossa cultura que experimentaram a censura hoje se posicionam contraditoriamente ao que antes tanto defenderam. De censurados a agentes de censura. Essa parece ser a postura adotada pelo grupo Procure Saber, que reúne artistas como Caetano Veloso e Chico Buarque. Eles se alinharam a Roberto Carlos e endossaram a ideia de impor a obrigação de pagamento a biografados ou herdeiros. Assim, só seria permitida a publicação de biografias autorizadas. Em carta aberta a Caetano Veloso, Benjamin Moser, amigo do compositor e biógrafo de Clarice Lispector, se disse constrangido diante da iniciativa. “Achei suas declarações escandalosas, indignas de uma pessoa que tanto tem dado à cultura.” Em Frankfurt, Laurentino Gomes, autor de “1889”, fez um manifesto a favor das obras. “Deixe que os biógrafos trabalhem. Se mentirem, que sejam punidos.”