Quando em 1964 o britânico Peter Higgs (à dir.) e o belga François Englert propuseram teorias para explicar a existência do bóson de Higgs, eles não imaginavam que ganhariam o Nobel de Física. A dificuldade em se comprovar a “partícula de Deus”, por mais que a descoberta já fosse considerada a melhor explicação sobre como o mundo é construído, afastava os pesquisadores da láurea. Até que em 2012 experimentos no LHC, o maior acelerador de partículas do mundo, finalmente comprovaram a existência da partícula. Aos 84 anos, Higgs declarou que nunca sonhara com o prêmio e ao saber que ganhara reforçou a importância do conhecimento puro, que direciona a investigação científica para o que não tem aplicação imediata e sim para elementos especulativos e abstratos. Mesmo sem alterar o mundo palpável, a descoberta contribui para o entendimento da composição da vida, e é por isso que a dupla entra para a história, com uma teoria que tem o mesmo peso do descobrimento da Lei da Gravidade de Newton.