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Pais ansiosos e de primeira viagem são o pesadelo dos pediatras. Com o arsenal tecnológico à disposição hoje, não hesitam em ligar, mandar torpedo ou escrever e-mail para rechecar se o bebê está respirando direito, se a temperatura é adequada, se a cria não vai sufocar no travesseiro, etc. Para alívio dos doutores, a própria indústria de tecnologia está lançando saídas para acalmar pais e garantir noites de sono sem interrupções para médicos.

Essas soluções ganharam a forma de dispositivos e aplicativos para smartphones que monitoram diversas funções fisiológicas dos bebês, analisam as condições do ambiente e avisam quando há algo fora do padrão. “Todo pai conhece o estresse de se perguntar se o filho recém-nascido está respirando”, diz Jacob Colvin, pai de duas crianças. Ele é fundador da Owlet, empresa que criou uma “meia inteligente” que informa batimentos cardíacos, oxigenação, temperatura e qualidade do sono do bebê. Nos EUA, o aparelho custa US$ 199. Outro gadget, produzido pela empresa Sproutling, é uma tornozeleira com sensor de parede e aplicativo. Verifica, além dos sinais vitais, a temperatura e os níveis de umidade e ruído do quarto do bebê.

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Apesar de recém-nascidos, os produtos já geram polêmica. Para alguns médicos, o excesso de informação pode gerar ainda mais ansiedade. “A interpretação desses sinais deveria ser feita por pessoas treinadas”, diz o pediatra Victor Nudelman, diretor clínico do hospital Albert Einstein. Com a experiência de acompanhar bebês que precisam de monitoramento em casa, ele diz que a vigilância constante causa uma tensão muito grande nos pais. Ou seja, sem recomendação médica, usar esses aparelhos pode mais atrapalhar do que ajudar.

Isso não desanima pais que ganham a perspectiva de saber tudo o que se passa com a cria. “Fico péssima quando encontro meu bebê gelado ou suando no berço”, diz Erica Morgan, uma das mães que participaram dos testes do monitor da Owlet. Pelo jeito, aprovou a nova babá.