23/08/2000 - 10:00
Quando o homem colocar os pés em Marte, por volta de 2020, já deve estar ligado à internet. Pacotes de informação viajarão por milhões de quilômetros, a aproximadamente 300 mil km/s – a velocidade da luz – com ajuda de satélites e naves espaciais que cuidarão de sua transmissão e direcionamento. Dados colhidos por instrumentos como telescópios espaciais e robôs – e, por que não, e-mails de astronautas enviados a seus familiares – chegarão à Terra em minutos.
À frente dessa tecnologia estão inovações como a Internet 2, a rede ultra-rápida de uso exclusivo de instituições de pesquisa e educação. A idéia de expandir os limites da internet surgiu para unificar os sistemas de transmissão espacial de dados. O projeto nasceu na Nasa, a agência espacial americana, mas nele trabalham pesquisadores europeus, japoneses e até um brasileiro, o cientista Eduardo Whitaker Bergamini, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, (Inpe).
Foi por meio dele que a instituição foi convidada a participar do ambicioso projeto. “Devemos usar nossos conhecimentos em teleciência”, diz o professor Bergamini, especializado em comunicação via satélite. A palavra chave para isso é a Internet 2, inaugurada oficialmente no País no final do ano passado. A velocidade de transmissão da rede, que liga universidades de São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Belo Horizonte, é assustadora: 155 milhões de bits por segundo, contra os 56 mil bits da internet por telefone. Isso permite, por exemplo, que um médico acompanhe exames como ultra-sonografias a distância.
Os cientistas já pensam nos mínimos detalhes. Até em criar uma nova tipologia para os endereços eletrônicos. Por isso, no futuro, além dos já conhecidos .com.br, poderemos ter as extensões .Earth (ponto Terra), .Moon (ponto Lua) ou .Mars (ponto Marte). Em algum momento no futuro, talvez seja preciso acrescentar uma extensão .Sun (ponto Sol).