14/07/1999 - 10:00
Um hotel de padrão internacional perto dos principais centros de eventos de São Paulo, como o Anhembi e o Expo Center Norte, junto ao Playcenter, no caminho do aeroporto de Guarulhos, próximo das entradas das rodovias que ligam todo o País e fora das complicações do trânsito do centro da metrópole. Com conforto, bem equipado, sem luxo e, melhor, bom preço. Foi assim que o Ibis São Paulo Expo se tornou um sucesso ainda antes de seu lançamento oficial. Aberto desde 1º de junho para ajustes no atendimento, ele estava, na terça-feira 6, com 92% dos seus 280 apartamentos ocupados. Vista agora, a escolha de sua localização parece óbvia. "Mas alguém precisaria ter feito este hotel há 20 anos", conclui o construtor Antonio Setin, o pai da idéia. Depois de fazer fortuna como desbravador da Vila Olímpia, bairro que trocou os galpões das fábricas pelos flats e prédios de escritórios, Setin encontrou na hotelaria um novo e atraente filão.
Próprio bolso Tanto que resolveu empatar seu próprio capital na empreitada. Gastou R$ 15 milhões para levantar o Ibis, menos de um ano depois de já ter colocado outros R$ 35 milhões na construção do Gran Mercury Ibirapuera, um hotel de alto padrão com vista para o parque, que é o pulmão da capital paulista. Dois fatores foram decisivos para que Setin não perdesse dinheiro: associou-se ao grupo Accor, a maior rede hoteleira do mundo, o que lhe permitiu erguer prédios perfeitamente adaptados para receber hóspedes com menor custo; e não caiu na tentação de buscar os endereços charmosos, caros e já saturados de hotéis. "Fui onde o cliente estava", resume Setin, que também promete derrubar o mito de que hotelaria no Brasil é cara. "Oferecemos o básico que o hóspede quer e cobramos o mínimo possível, o que garante um preço honesto." O Mercury é um hotel de alto padrão com diárias de cerca de R$ 150 e alta tecnologia – ar-condicionado central, fechaduras eletrônicas, paredes e vidros com isolamento acústico, detectores de fumaça, linha para conexão com Internet, entre outros. Já o Ibis, tem um pacote mais econômico: R$ 75, com café da manhã cobrado à parte.
"A chegada de hotéis da categoria econômica ao País faz parte do ciclo de desenvolvimento", comenta Paulo Salvador, diretor de marketing da Accor. "Mostra que nem só os ricos estão viajando, mas também gerentes, técnicos e famílias de classe média." A bandeira econômica Ibis, que já estava em Fortaleza, Maceió e Curitiba, agora chega a São Paulo e vai se estender pelo interior. E mais: Accor e Setin lançarão, no dia 18 de agosto, um projeto inovador na entrada da cidade de Guarulhos, na Grande São Paulo. O Mondial Airport Business Hotel vai reunir um flat Parthenon, um hotel Ibis, um conjunto de escritórios e um centro de negócios num único complexo ao lado da via Dutra e do aeroporto de Cumbica. Ao contrário dos outros, este empreendimento será oferecido a investidores comuns. "Até para quem ainda não tem casa própria", projeta o diretor de marketing da Setin, Arnaldo Frattini. Além da escritura da fração do empreendimento, o proprietário também vai lucrar na mesma proporção com a rentabilidade alcançada pela Accor no hotel ou no flat. "Se os fundos de pensão aplicam nesse negócio, por que o investidor normal não pode?", defende Setin.