16/08/2000 - 10:00
Acordo fechado no senado
O presidente Fernando Henrique tem uma má notícia para Antônio Carlos Magalhães (PFL-BA): chegou à conclusão de que não tem condições de mexer um fio de cabelo do governo contra a candidatura de Jader Barbalho (PMDB-PA) a presidente do Senado. Na prática, isso significa uma espécie de apoio à candidatura do cacique peemedebista e arquiinimigo de ACM. Mais: já está tudo acertado, nestes termos, entre FHC e o PMDB. Com o aval da cúpula do PFL que não reza pela cartilha do senador baiano, ou seja, Jorge Bornhausen, Marco Maciel e Roseana Sarney. O grupo de pefelistas pesos pesados, aliás, anda irritadíssimo com Antônio Carlos desde que ele declarou sua disposição de apoiar a candidatura presidencial de Tasso Jereissati e Ciro Gomes. Acham que ACM já está de olho em cargos no futuro governo, negociando sozinho o apoio e rachando o PFL. Concluíram que essa é uma estratégia velha de ACM, repetida várias vezes no governo FHC e, antes, com Fernando Collor. Por isso, nos bastidores, Jorge Bornhausen já está apoiando a candidatura Jader. Só não vai anunciar aos quatro ventos.
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Medo do Real
A MCI Marketing continua fazendo as pesquisas qualitativas por telefone antes encomendadas pelo Palácio do Planalto. Perguntinha da última: “Nos próximos meses, você acha que os preços vão subir, cair ou ficar estáveis?” Pois bem, 67% dos entrevistados têm certeza de que vão subir, 23% acham que os preços ficarão estáveis e apenas 2% acreditam que vão cair. Tudo por culpa do mau humor com os escândalos e, principalmente, por causa da brincadeirinha de deixar aumentar o preço da gasolina.
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Intrigalhada
Os jornalistas sabem. Os primeiros comentários de que Eduardo Jorge estava ficando rico partiram do próprio governo. Agora a turma da Esplanada dos Ministérios está encontrando uma saída marota para esvaziar as denúncias contra EJ. Lançam luzes sobre outra figura. Contam à boca pequena que Gustavo Franco, ex-presidente do Banco Central, também anda melhorando de vida depois que deixou o governo.
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Os herdeiros
Já começou a guerra pelo espólio de ACM na Bahia. Os dois caciques em ascensão são o ex-governador Paulo Souto e o ministro das Minas e Energia, Rodolpho Tourinho. Os aliados de Souto acham que Tourinho está tomando conta do governo César Borges. Contam que é o ministro quem manda nas secretarias de Fazenda e de Administração.
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Vazamento suspeito
A bancada de oposição no Senado reúne-se esta semana para decidir se pede uma auditoria no sistema de votação eletrônico. Acusada de ter votado contra a cassação de Luiz Estevão numa votação secreta, a senadora petista Heloísa Helena (AL) só não pediu ainda a auditoria porque teme estar sendo vítima de uma armadilha. Estevão poderia estar lançado suspeitas sobre o voto sigiloso para, depois, pedir no Supremo Tribunal Federal a anulação da sessão que o condenou.
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A vingança
O deputado Augusto Farias (PPB-AL) contratou advogado para estudar a gravidade das denúncias feitas pelo juiz Nicolau dos Santos Neto – e divulgadas por ISTOÉ – envolvendo o deputado Robson Tuma no escândalo do TRT de São Paulo. Tuminha foi o principal algoz de Augusto na CPI do Narcotráfico. Segundo Augusto Farias, ele acaba de receber cinco mensageiros de seu desafeto propondo um acordo. “Não quero vingança. Quero apenas que tenham com ele o mesmo rigor que tiveram comigo.”
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Rápidas
* 14h38m do dia 5 de maio de 1992. O Tesouro Nacional envia ordem bancária de Cr$ 4,5 milhões para o TST. 15h19m: a grana é repassada para o TRT-SP. 16h32m: dinheiro chega à Incal.
* Outra curiosidade sobre o escândalo do prédio do TRT de São Paulo está agitando Minas Gerais. Descobriu-se que o TRT-MG também mandou dinheiro para o polêmico fórum paulista.
* No depoimento no Senado, o governador Itamar Franco vai repisar a questão das sobras na campanha de FHC. Quer forçar a convocação do ex-banqueiro José Eduardo Andrade Vieira.
