É como o mar. A história é como o mar: tudo o que lhe é estranho ela manda mais cedo ou mais tarde de volta. Eis o fato devolvido agora: em agosto de 1966 um caminhão estaciona à porta da antiga livraria Exposição do Livro (São Paulo) e por ordem da Aeronáutica recolhe na noite de lançamento todos os exemplares do livro Navio presídio escrito pelo jornalista Nélson Gatto (falecido em 1986). Quase todos: sobraram quatro volumes. ISTOÉ teve acesso a um deles. Gatto narrava a sua dolorosa experiência como preso político no horrendo navio Raul Soares que após o golpe militar de 1964 serviu de cadeia para muitos que se opuseram na primeira hora ao novo regime. Gatto foi preso em agosto de 1964 quando se apresentou na 4ª Zona Aérea (estava munido de um salvo-conduto). Nenhuma acusação concreta. Ele era chefe do Serviço Federal de Repres