Turma da casa
Irritado com as 48 citações que recebeu no livro Notícias do Planalto do jornalista Mário Sérgio Conti, ex-diretor de redação da revista Veja, o ex-deputado Cleto Falcão, figura de proa na República das Alagoas, resolveu dar o troco. Começou a escrever Verdades do Planalto no qual promete também contar bastidores da relação do governo Collor com a imprensa. Ele vai revelar, por exemplo, quem eram os profissionais de imprensa carinhosamente chamados no Planalto de a turma da casa, em que se destacavam, entre outros, o próprio Conti e Augusto Nunes, à época diretor do jornal O Estado de S.Paulo. “Vou contar como eles faziam o jogo do governo. Era tão escancarado que o PC costumava se referir ao Conti como o Mário Sérgio Conte Comigo”, lembra Cleto. No livro que pretende lançar em junho, o ex-deputado diz que vai dar sua versão sobre os bastidores do governo Collor sem a preocupação de livrar a cara de ninguém. Mas também vai apontar quem eram os jornalistas chamados no Planalto de “caras pretas”, profissionais independentes que ameaçavam os planos da tropa collorida.

Flagra
O presidente do Banco Central (BC), Armínio Fraga, é mesmo duro na queda. Tentou o quanto pôde no-mear a funcionária Teresa Grossi como sua diretora de Fiscalização, após a demissão de Luiz Carlos Alvarez. Foi barrado pelos senadores da CPI dos Bancos, que acusam Teresa de ter sido uma das responsáveis pelo socorro ao Marka e ao FonteCindam. Em vão. Informalmente, ela vem respondendo há dois meses pelo cargo que não pode assumir. Como chefe do Departamento de Fiscalização, Grossi participa de todas as reuniões e decisões sobre uma das áreas mais sensíveis do BC.

Ópera bufa
O presidente Fernando Henrique continua o mesmo. Na última terça-feira chamou dirigentes de partidos aliados ao Alvorada para comunicar que sua paciência com ACM estava esgotada. “Não dá mais. A partir de agora, vou tratá-lo de outra maneira”, falou grosso FHC. A valentia presidencial durou menos de 24 horas. Na noite seguinte, o cacique baiano foi jantar no palácio e trocou salamaleques com o anfitrião.

No ar
A ante-sala do ministro das Comunicações, Pimenta da Veiga, vai ficar movimentada durante o ano. Devem passar por lá o ex-presidente Fernando Collor, o apresentador Silvio Santos, o empresário João Saad e o senador Jader Barbalho (PMDB-PA), só para citar alguns. Todos eles têm concessões de rádio ou tevê cujos prazos expiram em 2000.

Rápidas

  • O ministro da Saúde, José Serra, está eufórico. Finalmente conseguiu atrair o rival Pedro Malan, ministro da Fazenda, para uma briga em seu próprio terreiro – o preço dos remédios.
  • Em 1999, a inflação não castigou a todos por igual. O aumento da cesta básica foi recorde. O preço da linha telefônica caiu 56% e as contas em restaurantes subiram apenas 0,2%, diz a Fipe.
  • O senador Roberto Requião (PMDB-PR) está arrependido de ter mandado um caloroso telegrama de solidariedade ao brigadeiro Walter Bräuer: “Tenho ascendência semita.”