O laser está cada vez mais eficiente. Há alguns anos ele é usado com sucesso na dermatologia em diversos tratamentos. Para a depilação, no entanto, havia um inconveniente: os raios só podiam ser usados por pessoas de pele branca e mesmo assim apenas quando elas não estivessem bronzeadas. Quem buscava a depilação a laser era obrigado a fazê-la no inverno. Pessoas queimadas de sol, negros, morenos e orientais não podiam utilizar a técnica. Neles, os raios causavam manchas brancas na pele.

Felizmente, o problema foi solucionado. Há seis meses, o FDA (órgão americano responsável pela fiscalização de medicamentos) aprovou o uso de uma nova versão do aparelho utilizado para a depilação. Trata-se do Light Sheer. Agora, os raios podem ser usados em qualquer tipo de pele e até no verão. A novidade já desembarcou por aqui. Um dos especialistas que estão utilizando o equipamento é o dermatologista Otávio Macedo, de São Paulo. “Antes, o laser causava alteração de cor em peles que não fossem brancas. Isso não acontece mais”, garante. No hospital Albert Einstein, na capital paulista, o Light Sheer também faz parte do novo centro de laser.

A transformação que permitiu o uso do equipamento também por pessoas de pele mais escura se deve a uma maior precisão dos raios. O laser é atraído pela melanina, o pigmento que dá cor ao pêlo e à pele. O problema era que os raios disparados pelo antigo aparelho atingiam a melanina presente nessas duas partes do corpo. Para o pêlo, o resultado era ótimo. Os raios destruíam as células que dão origem aos fios. No entanto, se fossem usados em peles mais escuras, que têm mais melanina, a consequência era a destruição do pigmento e o surgimento de áreas esbranquiçadas. O aperfeiçoamento do equipamento mudou isso. “Agora, os raios seguem direto para a melanina do pêlo”, explica o dermatologista Simão Cohen, do Hospital Albert Einstein. Dessa forma, a pele fica preservada.

Quem sempre sofreu com o excesso de pêlos dá valor ao avanço. É o caso da secretária Rosa Lonel, 43 anos. “Os pêlos no rosto sempre me incomodaram”, conta. No ano passado, ela fez a primeira depilação a laser. “Esperava o bronzeado do verão sair para continuar o tratamento. Agora posso fazê-lo quando quiser”, comemora. Muitos homens também estão procurando a técnica para domar a barba. De pele morena, o comerciante Nilton Martins, 33 anos, é um deles. “Os pêlos da barba encravavam e inflamavam”, diz. Graças ao novo laser, ele está livre desses problemas.

Ação Temporária

Nem cera nem pomadas depilatórias. Está em uso no Brasil um creme de depilação facial capaz de inibir uma enzima responsável pelo crescimento do pêlo. Trata-se do Vaniqa. Mas o produto não é uma solução definitiva. Os pêlos só param de crescer enquanto a pessoa continuar aplicando a substância. “O frasco dura em média dois meses, se usado duas vezes ao dia. Se a pessoa deixar de usá-lo, o resultado dura por mais dois meses. Depois, os pêlos voltam”, diz a dermatologista Mônica Fiszbaum, de São Paulo. A vantagem em relação a outras técnicas, como a do laser, é que o creme atinge até mesmo aquelas penugens fininhas que os raios não conseguem exterminar.