Pernambucano, “cardisplicente”, cronista, mulato, jornalista, sedutor, compositor, levemente gordo, grande papo e copo melhor ainda, Antônio Maria era um príncipe entre seus pares no Rio de Janeiro dos anos 1950, onde, durante um curto período, a terra, ou melhor, Copacabana, fez inveja ao próprio paraíso. A biografia Um homem chamado Maria (Objetiva, 192 págs., R$ 32,90), de Joaquim Ferreira dos Santos, que chega às livrarias, é uma ampliação de Noites de Copacabana, lançado pela Relume Dumará em 1996 na coleção Perfis do Rio. O diferencial está no capítulo Danuza, acrescido com o depoimento da musa Leão, que acaba de lançar a autobiografia Quase tudo. Danuza trocou o megajornalista Samuel Wainer por Antônio Maria. Segundo Danuza, Maria soube ouvi-la em um momento em que não tinha com quem se comunicar. A relação durou três anos e marcou um período feliz na vida do compositor de Ninguém me ama, em parceria com Fernando Lobo. Gozador, o próprio Maria parodiava a canção dizendo “… ninguém me quer, ninguém me chama de Baudelaire”. Maria se foi em 1964 aos 43 anos. Morreu como viveu, do coração.