10/11/1999 - 10:00
Maior porta de entrada à Internet nos Estados Unidos, a America Online desembarca em solo brasileiro este mês. Regada de segredos, sua estréia na América Latina promete chacoalhar os provedores de acesso nacionais. Com 19 milhões de americanos conectados a seus servidores (e outros três milhões no Canadá, países europeus e asiáticos), a AOL disputa com a televisão o grosso da audiência do horário nobre. “Dois terços dos assinantes infantis deixaram de assistir à tevê para navegar na Web”, diz Robert Pittman, executivo que preside o dia-a-dia da companhia e foi um dos criadores da MTV. Fundada em 1985 pelo havaiano Steve Case, a AOL nasceu para conectar pessoas que queriam trocar recados pelo PC, antes mesmo do advento da Internet. Por isso, Case é considerado um visionário da rede, com poder equivalente ao de um Bill Gates. As semelhanças entre os dois não param aí. Comparada à Microsoft por sua arrogância e voracidade em adquirir outras companhias, a AOL espalha-se pelas casas americanas num ritmo alucinante. Desde 1994, seu faturamento cresceu 180 vezes. A receita saltou de US$ 26,6 milhões, em 1992, para US$ 4,8 bilhões, no ano fiscal terminado em junho de 1999.
Case quer repetir no Brasil o sucesso americano da AOL. Sua empresa ergueu um verdadeiro império de concreto e vidro em Dulles, cidade vizinha a Washington D.C., vendendo um serviço virtual: a facilidade de usar a Internet. O site www.americaonline.com.br oferece desde boletim de notícias, previsão do tempo e bate-papo até serviço de e-mail. Tudo empacotado num único sistema, eliminando a irritante tarefa de instalar novos programas, configurar o PC, apertar parafusos… O segredo de Case foi reunir num único site todas as ferramentas para navegar na Web.
Seu serviço de mensagens eletrônicas ficou famoso depois do filme Mensagem para você, em que os atores Meg Ryan e Tom Hanks apaixonam-se numa troca de correspondências pelo computador. Paraíso dos tímidos e solitários, a AOL se vangloria de servir como cupido eletrônico. Suas estatísticas indicam que entre oito mil e dez mil casais se conheceram ou iniciaram um romance nela. Hoje, a AOL transporta 75 milhões de mensagens por dia. “Esse é só o começo da nova indústria da comunicação de massa”, definiu Case. Ele resume numa frase a missão da empresa: “Construir uma mídia global tão central na vida das pessoas como o telefone ou a televisão… e ainda mais valiosa.”