15/12/1999 - 10:00
Os ponteiros da economia de Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai começam a ser alinhados. Num encontro marcado pelas homenagens e despedidas dos presidentes da Argentina, Carlos Menem, e do Uruguai, Julio Maria Sanguinetti, os chefes de Estado dos países do Mercosul, reunidos em Montevidéu, assinaram o primeiro documento em que se estabelecem os princípios de uma política fiscal única no bloco comercial. A declaração – de apenas duas páginas com três itens – é o ponto de partida para a criação da moeda única do Mercosul, ainda sem data marcada, cujo resultado poderia pôr fim à instabilidade econômica da região. No documento, foi definido que os países deverão unificar os critérios estatísticos, impor o princípio de responsabilidade fiscal e estabelecer metas de políticas a serem divulgadas semestralmente. Embora sejam apenas três diretrizes, a possibilidade de implantação conjunta não é fácil, levando em conta o reconhecido descalabro das contas públicas dos governos da região. Se o Tratado de Maastricht, o acordo assinado numa cidadezinha holandesa, que fixou os critérios para os países europeus lançarem o euro, fosse usado como referência, somente a economia da Argentina estaria apta a adotar a moeda única comum européia – pelo menos, até este ano. Em 2000, os economistas prevêem o risco de um rombo das contas públicas da Argentina. “É um processo longo, mas não vai ser tão demorado como foi Maastricht”, afirmou a ISTOÉ o ministro da Fazenda, Pedro Malan. Vale lembrar que, para chegar ao euro, a Europa levou 40 anos.