15/12/1999 - 10:00
Há uma louca perambulando pela rua Dona Mariana, no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Chama-se Sofia da Silva e é moradora de rua. Em seu delírio só chora e repete uma palavra: Fábio. Sofia não era louca, ficou porque funcionários da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social arrancaram-lhe dos braços o filhinho que ela ainda amamentava. O nome do filho já é fácil adivinhar. Fábio (um ano e meio) está recolhido no Educandário Romão Duarte e foi para lá porque uma denúncia anônima e não checada bateu na secretaria. A loucura da mãe, Sofia, que não tem casa, tem cura imediata: é só devolverem-lhe a parte do corpo que lhe tiraram – Fábio. Tem cura também porque a sem-casa Sofia conta com a solidariedade de pelo menos cinco com-casa da mesma rua Dona Mariana. São cinco psicólogas. &