31/03/2004 - 10:00
O governo está patinando demais na resolução de sua primeira crise. O caso Waldomiro, o assessor do ministro da Casa Civil, demorou para ser arrancado de dentro do Planalto e ainda está causando prematuros estragos neste segundo ano de vida do governo Lula. O excessivo tempo gasto deu espaço para a organização e o avanço da oposição e para uma consequente deterioração da imagem do governo. No Planalto, a expectativa das próximas pesquisas de opinião não é boa.
O ministro José Dirceu também ajudou pouco, principalmente nessa semana que passou. Considerando o caso Waldomiro já resolvido, Dirceu retornou à cena e, com problemas de pontaria, acabou atingindo os mais brandos e amigáveis dos opositores, como os tucanos Tasso Jereissati, Aécio Neves e Geraldo Alckmin. José Dirceu teve de se retratar. Como mostra a reportagem de Florência Costa, Sônia Filgueiras e Weiller Diniz, que começa à pág. 28, o presidente parece ter perdido a paciência e resolveu afastar o ministro do foco da confusão. Com o desemprego crescendo, é urgente recolocar o barco no rumo certo, baixar os juros e fazer a máquina andar, para reparar a imagem de paralisia que vem se espalhando perigosamente. E para isso a bola está com o presidente.