O britânico Peter Walton viaja o mundo conhecendo hotéis e campos de golfe. Ele não é um simples turista. Golfista amador, Walton preside a poderosa International Association of Golf Tour Operators
(Iagto), entidade sediada na Inglaterra que congrega mais de 750 sócios entre hotéis, campos de golfe, operadoras de turismo e companhias aéreas em 66 países. Por ano, esse setor movimenta US$ 12 bilhões no mundo todo.

Na quarta-feira 17, Walton chegou ao Brasil. Veio participar da primeira etapa do circuito Conheça o Brasil Jogando Golfe, torneio promovido pelo Bureau Nacional de Turismo de Golfe, iniciativa da Confederação Brasileira de Golfe em parceria com a Embratur e a TAM Viagens para promover o turismo voltado para a turma dos tacos.

Após jogar em Comandatuba e se maravilhar com a descoberta da caipirinha,
Walton visitou outros dois campos da Bahia, o da Costa do Sauípe e o Terravista Trancoso, que será inaugurado em maio. Em entrevista a ISTOÉ, Walton aposta:
o Brasil tem tudo para se firmar como um destino turístico para a endinheirada
turma do golfe do mundo todo.

ISTOÉ – O que o sr. achou dos campos brasileiros que conheceu?
Peter Walton –
São muito melhores do que eu esperava. O Brasil deve concorrer ao próximo prêmio da Iagto para destinos de golfe recém-descobertos. Campos como Comandatuba e Trancoso têm vista para o mar, algo que multiplica o seu valor.

ISTOÉ – Por que um país deve se preocupar com o turismo de golfe?
Walton –
Esse mercado movimenta US$ 12 bilhões ao ano. Mais de 30% dos
50 milhões de jogadores que há no mundo fazem pelo menos uma viagem por
ano voltada só para o golfe. Em média, o golfista gasta 50% a mais do que o
turista normal. O turismo de golfe cresce quatro vezes mais rápido do que
o turismo de sol e praia.

ISTOÉ – Por quê?
Walton –
O interesse no esporte nunca foi tão grande. O golfe está crescendo 15% ao ano na América Latina. Você vê garotos de 12 anos que começam a jogar por causa de Tiger Woods.

ISTOÉ – O Brasil tem condições de atrair turistas de golfe?
Walton –
Sim, os preços são competitivos e os destinos são fantásticos. Além disso, a parceria entre o setor público e o privado vai ajudar muito.

ISTOÉ – Que diferencial tem o Brasil?
Walton –
O País descobriu que o golfe é apenas mais uma festa. E ninguém faz festa melhor do que o Brasil. E ainda há a caipirinha.