Foram 33 horas de medo a 22 metros de profundidade. Foram 33 horas de medo com o corpo prensado entre uma pedra de 500 quilos e destroços de manilhas. Foram 33 horas de medo e, contadas uma a uma, 333 orações de Maria da Silva. Mas não é ela a protagonista dessa história. É o seu marido, o operário Francisco da Silva, 63 anos. Num sítio da cidade mineira de Igarapé, ele trabalhava numa cisterna quando pedras e manilhas desabaram. O Corpo de Bombeiros se valeu de martelo pneumático, bomba de sucção (para impedir que a água subisse), oxigênio e cordas. Manteve Francisco acordado para a estabilização de seus sinais vitais. Na noite da terça-feira 28 ele foi retirado da cisterna apenas com escoriações. As orações de dona Maria continuam: "Tenho de pagar as promessas que fiz."