25/02/2004 - 10:00
Os lançamentos da Melissa ainda são feitos com o mesmo plástico que consagrou a marca, mas os formatos estão mais ousados. Pelo segundo ano, as sandálias, fabricadas pela gaúcha Grendene, invadiram a São Paulo Fashion Week e cativaram o público com modelos exclusivos criados por Alexandre Herchcovitch e Marcelo Sommer. No ano passado, Herchcovitch deu à Melissa ares de scarpin. A versão, batizada de scarfun, fez tanto sucesso que, neste ano, ganhou um delicado salto anabella (inteiriço e estreito) e recebeu o nome de scarfun top (R$ 70). Já a sandália de Marcelo Sommer, com salto alto e fino, tem detalhes divertidos, como dados e laços. Inspirado na Cidade das Esmeraldas do clássico O mágico de Oz, o modelo foi batizado de Melissa Esmeralda (R$ 80).
Estar nas passarelas do maior evento de moda do País e em lojas londrinas, como a Selfridge e a Harrod’s, evidencia seu sucesso. Anualmente, são exportados 1,5 milhão de pares de Melissa. E tudo isso saiu como um gênio da garrafa. Até os anos 70, a Grendene fabricava telas de plástico usadas para envolver garrafões de vinho. Os primeiros modelos da marca nasceram em 1978, quando um dos donos resolveu criar uma sandália com as tiras dos garrafões.
De lá para cá, a receptividade dos produtos abriu caminho para o inusitado. As primeiras incursões internacionais foram nos anos 80, quando a marca calçou clientes de Thierry Mugler e Jean Paul
Gaultier. Em 2003, foram produzidos 2,2 mil pares da Melissa Couture (R$ 600), cravejada com cristais Swarovski. Destes, apenas 200 ficaram no Brasil.
O restante foi distribuído por 80 países. Alguns modelos chegaram à loja de alta-costura de Emanuel Ungaro, em Paris. Hoje, devido a uma estratégia de marketing, as sandálias não são mais vendidas em lojas de calçados, só em lojas de roupas. Na última São Paulo Fashion Week, o Espaço Melissa recebeu duas mil pessoas por dia, ávidas para ganhar o modelo em homenagem aos 450 anos de São Paulo. A próxima tacada será comemorar os 25 anos da marca (em julho) em parceria com os designers Fernando e Humberto Campana. É esperar para ver.