A Indy-Cart também possui o seu Michael Schumacher. E, neste caso, o alemão é brasileiro. O mineiro Cristiano da Matta é a mais nova sensação da categoria. No domingo 7, ele largou na pole com o seu Newman/Haas, liderou de ponta a ponta o GP de Toronto, no Canadá, a oitava das 19 corridas da temporada, e isolou-se na liderança do campeonato com 118 pontos, 48 à frente do segundo colocado, Bruno Junqueira, como ele mineiro de Belo Horizonte. Foi sua sétima vitória nas últimas dez corridas, a quinta em 2002 e a quarta seguida. Apenas dois pilotos conseguiram vencer quatro provas consecutivas na Cart: o americano Al Unser Jr., em 1990, e o italiano Alessandro Zanardi, em 1998 (leia quadro). Por sinal, Unser Jr., hoje piloto da Indy-IRL, categoria rival da Cart, foi preso na segunda-feira 8 por ter provocado uma lesão no olho direito da namorada, Jean Soto, com um murro tão violento quanto uma pancada no oval de Indianápolis, após uma carraspana de respeito num boteco de Kentucky. Alheio aos deslizes de colegas de profissão, Da Matta segue confiante. “Estaremos no mesmo ritmo na próxima corrida, em Cleveland. A equipe, o motor, o chassi, tudo está funcionando direitinho”, completa ele.

O ex-piloto Emerson Fittipaldi também está otimista. “Dos brasileiros que estão nos Estados Unidos, Da Matta é o que reúne hoje as melhores condições para vencer na F-1”, aposta. A nova estrela da Indy-Cart gosta de tocar guitarra, adora andar de bicicleta e odeia acordar cedo. Tem fama de pão-duro, mas, até o final de seu contrato, em 2003, terá recebido US$ 5,5 milhões de salários e mais pelo menos US$ 1 milhão em prêmios. Poderia estar com um saldo bancário consideravelmente maior se tivesse um mínimo de paciência para encarar uma agenda de contratos publicitários digna da notoriedade alcançada nos últimos meses. Mas, como bom mineiro, é chegado a um sossego. Nos intervalos entre as corridas e testes, apressa-se em voar para Belo Horizonte. No mês de maio, teve bom desempenho em testes da equipe Toyota na F-1. Vai disputar uma vaga com o rápido neozelandês Scott Dixon, o japonês Tora Takagi e o brasileiro Hélio Castro-Neves, que serão testados pela equipe até o final do ano. Será uma parada dura. Mas, pelo menos nas pistas, Da Matta tem mostrado que não está para brincadeira.