A humanidade, de quando em quando, se depara com constatações da existência do inexorável. Assim foi com a insuspeitada fragilidade do ambiente que a cerca. No passado, poucos imaginavam, por exemplo, que as águas de um rio não fossem infinitas. Sempre se achou que os rios fossem muito mais poderosos que o lixo neles arremessado. Até que um incessante bombardeio de esgoto, através dos tempos, provou o contrário. Hoje, para quem mora em São Paulo, basta uma olhadela no rio Tietê, que cruza a cidade, para comprovar a potência destruidora da teimosia humana. Também em relação às florestas, a noção de finitude é algo recente. Até há pouco, contava-se com uma estranha mágica de reflorestamento natural que repunha automaticamente tudo o que se derrubava. Que desaponto! Também as florestas vieram a se provar muito mais fracas que a voracidade humana. Aos poucos, as fichas, como as árvores, foram caindo e o homem percebeu o que havia feito. E as fichas acabaram caindo, é bom que se diga, graças a alguns chatos, uns tais de ecologistas, pioneiros incansáveis em traduzir e verbalizar com veemência, para o resto da macacada, aquela inexorável realidade. Ou seja, a humanidade é muito mais forte que o meio ambiente. Muito mais cruel e irresponsável. E, se algo não fosse feito, a vítima no final do processo seria justamente o agressor. Hoje, o alerta está disseminado, novas leis foram e vêm sendo criadas e, apesar de a teimosia ainda ser uma característica humana, a coisa aponta para uma certa ordem no matagal. A insistência dos pioneiros em soar o alarme e indicar soluções sinalizou um caminho inteligente para tirar lucro da floresta. E com uma convivência pacífica e não predadora, como mostra a reportagem de Darlene Menconi, editora de Ciência & Tecnologia.